Monday, May 09, 2011

Tenho em mim uma costela (pelo menos uma) a atirar para o esquizifrénico. Tenho uma imensa dificuldade em confiar e não há momento em que não esteja atento ao que possa estar a acontecer.
Para uma pequena ideia sobre aquilo a que me refiro, posso dizer que vejo sempre se nos carros estacionados estão pessoas dentro (quando, naturalmente, não seria de esperar que estivessem) e, se achar algo mais estranho do que aquilo que considero normal sou gajo para apontar a matrícula do carro...pelo sim pelo não.
É algo que tento controlar mas de que não me quero desfazer por completo. Afinal, se não olharmos por nós ninguém olhará.

Acontece que, volta e meio, tenho conhecimento de factos que me fazem pensar que a minha costela devia existir em toda a gente; sim, seria um mundo mais paranóico mas, eventualmente, ainda não paranóico o suficiente.

Por mero acaso, aprendi uma ou outra coisa sobre ONGs. Aprendi, por exemplo, que muitos dos donativos dados (publicamente dados, enormes somas de dinheiro dados por gente que procura publicidade) têm um objectivo ainda menos aceitável do que a mera publicidade: a saber, por exemplo, um donativo para construir escolas poderá implicar que tudo que for usado na sua construção e implementação seja comprado a um determinado país ou a uma determinada empresa. Parece razoável? Bem, nem parece nem é. Primeiro porque quando ajudamos deveriamos tentar ajudar em toda a linha e uma dessas linhas seria alavancar a economia local comprando local; Segundo porque ao comprar cimento no, digamos, Canadá e levá-lo depois para o, digamos, Uganda fica mais caro do que comprá-lo lá; Terceiro porque não deveria ser utilizado o termo ajuda humanitária quando não se dá de facto mas apenas se faz o dinheiro girar duas vezes, recebendo-o de novo e abatendo em predas fiscais.

Sou paranóico?
Cheira-me que dentro de algum tempo isto vai tornar-se uma regra resultante da propagação do cinismo.

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