Saturday, July 23, 2011

Já que estamos numa era em que palavras como "responsabilização" e "conduta" se atiram para um lado e para o outro, a maioria das vezes para esconder exactamente o contrário do que significam, lembrei-me de coisas como a emancipação feminina, o chauvinismo e a exploração infantil.

Hoje, enquanto dava a minha volta habitual pelos sites que mais me agradam, deparei-me com um ensaio fotográfico de uma miúda de 20 anos.
Estes ensaios fotográficos não são feitas com miúdas em gola alta, bem pelo contrário; ele é lingerie provocadora, a clássica pose "de 4" e o apertar, como se tivesse frio ou como se as mãos não fossem as próprias de mamas e tantos outros lugares comuns.
Pois bem, no inquérito feito à actriz que é modelo de soft porn por um dia é perguntado o lugar mais inusitado onde "faz amor" e a resposta foi: "sou virgem".
Uma virgem de 20 aninhos a posar da forma como levaria com ele...sim, claro, faz absoluto sentido.

Há uns anos atrás, a Cyrus, quando ainda era menor, posou com o mesmo ar e no mesmo estilo para uma revista (não me lembro se masculina ou de moda) com o aval dos seus pais (como não poderia deixar de ser).
Ora, uma maior de idade - ainda que pouco - que se afirma virgem e que posa de forma a que não se pense em outra coisa senão comê-la está na linha do inaceitável mas uma menor que faça o mesmo é, de facto inaceitável. O que me incomoda é que comer uma menor é crime mas uma miúda de 17 anos é uma miúda muito próximo de uma mulher e mesmo para quem não gosta particularmente delas novas - como eu - não se evita vê-la como objecto de desejo.
E então?
O porco sou eu e todos os outros homens ou apenas aquele que permitiu que uma ainda criança se apresente como a cortesã da semana para ganhar uns cobres?

No limite, digo o seguinte:
Não devia ser permitido que uma miúda de 14 anos desfile na passerele como se tivesse 20, ou seja, exibindo o corpo juntamente com a roupa. Isto manda a mensagem errada para todos, não para homens mas para toda a gente.
Hoje, quando saio à noite, tenho uma dificuldade imensa em perceber se no meio de uma multidão de gejas algumas são menores porque carregam na maquilhagem, encurtam no tecido e apertam no sutiã; é miserável esta coisa de parecerem "working girls" e depois quem as vê como isso é classificado de atrasado mental.

A mulher de César não basta ser séria, tem de o parecer, também.
Concordo que não devemos julgar o livro pela capa mas, que diabo, há limites! Não me podem pôr mamas à frente e recriminar-me por olhar para elas; não podem querer que algo me excite e depois dizer que sou o diabo por isso!
Quem não quer ser objecto que não se coloque na prateleira.

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