Medo é um Vislumbre de Esperança
Desde que me comecei a dedicar a ler mais do que o que lia, por motivos não inteiramente agradáveis, é verdade, dei comigo a prestar atenção ao que nunca tinha prestado, como por exemplo, as notas.
Numa dessas notas, li um texto, óptimo, em que agarrei a frase que serve de título a isto que agora vos escrevo: Medo é um vislumbre de esperança.
Apesar de fazer todo o sentido e de não ser, de todo, um conceito novo para mim, nunca o tinha visto formulado desta forma, como uma clareza que, à data, tinha sido incapaz de lhe dar. É a ideia, plenamente acertada, a meu ver, de que só não tem medo quem ou nada tem a perder ou o que esperar ou quem sofre de um doença mental. Não é esta uma apologia à cobardia ou uma cruzada contra o heroísmo (sendo que isto do heroísmo terá imenso que se lhe diga e tem pouco de claro), é uma constatação, para mim, evidente: quem não teme não tem, no momento, nem tem esperança de o vir a ter.
Neste mesmo texto, a autora dá o exemplo do boi que vai para o matadouro e o condenado à morte. O boi esperneia na ânsia de escapar e de viver, ainda que isso nunca venha a acontecer, enquanto o condenado vai, ordeiramente, para o seu lugar de execução. A autora não chama a esta acto, do humano, de estóico ou de corajoso, entende-o como derrotado e indigno, porque desistiu, ao contrário do boi que luta com todas as forças por mais mal sucedido que venha a ser.
Sim, é sempre muito duvidoso comparar comportamentos de animais racionais com os outros mas não deixa de fazer sentido... Lutar pela vida, ainda que de forma pretensamente indigna tem mais dignidade que morrer. A morte não é digna. Pode ser útil, pode ser desejada, pode ser inevitável mas nunca é digna.
Vale mais um herói morto ou um cobarde vivo?
Se perguntarem a quem passa na rua eles defenderão o herói mas se a pergunta for interna, de si para consigo, será a resposta a mesma?
Numa dessas notas, li um texto, óptimo, em que agarrei a frase que serve de título a isto que agora vos escrevo: Medo é um vislumbre de esperança.
Apesar de fazer todo o sentido e de não ser, de todo, um conceito novo para mim, nunca o tinha visto formulado desta forma, como uma clareza que, à data, tinha sido incapaz de lhe dar. É a ideia, plenamente acertada, a meu ver, de que só não tem medo quem ou nada tem a perder ou o que esperar ou quem sofre de um doença mental. Não é esta uma apologia à cobardia ou uma cruzada contra o heroísmo (sendo que isto do heroísmo terá imenso que se lhe diga e tem pouco de claro), é uma constatação, para mim, evidente: quem não teme não tem, no momento, nem tem esperança de o vir a ter.
Neste mesmo texto, a autora dá o exemplo do boi que vai para o matadouro e o condenado à morte. O boi esperneia na ânsia de escapar e de viver, ainda que isso nunca venha a acontecer, enquanto o condenado vai, ordeiramente, para o seu lugar de execução. A autora não chama a esta acto, do humano, de estóico ou de corajoso, entende-o como derrotado e indigno, porque desistiu, ao contrário do boi que luta com todas as forças por mais mal sucedido que venha a ser.
Sim, é sempre muito duvidoso comparar comportamentos de animais racionais com os outros mas não deixa de fazer sentido... Lutar pela vida, ainda que de forma pretensamente indigna tem mais dignidade que morrer. A morte não é digna. Pode ser útil, pode ser desejada, pode ser inevitável mas nunca é digna.
Vale mais um herói morto ou um cobarde vivo?
Se perguntarem a quem passa na rua eles defenderão o herói mas se a pergunta for interna, de si para consigo, será a resposta a mesma?
0 Comments:
Post a Comment
<< Home