Tuesday, November 22, 2011

Tive uma conversa, há relativamente pouco tempo, com duas mulheres, numa mesa onde estavam mais pessoas, entre elas os respectivos maridos, sobre Psicologia. Não sobre aquilo que trata ou mesmo o tipo de tratamentos mas antes o clássico, para mim, do "Para Quê?".
Era uma conversa sem final porque, à partida, já me parecia para onde elas iam e para onde elas iam seguia na direcção contrária à minha.

Então, uma era psicóloga e outra uma antiga "psicologada". Naturalmente, eu não sou uma coisa nem outra e não tenho perspectivas de o ser.
Como é natural entre mulheres e especialmente entre aquelas que dominam, ou coisa parecida, a psique, não ficaram contentes em falar da sua experiência e dos benefícios de um gajo "se abrir", pretenderam, ainda que inocentemente, acredito, vender-me isso.
Não resulta.
Quando, perplexas, me perguntaram o porquê desta aversão expliquei-lhes que não se tratava de aversão; não tennho nada contra psicólogas ou a quem a elas recorre (aliás, tirei o curso por baixo de psicologia e só tenho a agradecer a existência de psicólogas), acredito que cada um deve procurar a melhor solução para o que os aflige e não entendo a psicologia como charlatanismo.
O que acontece é que não procuro desculpabilizações mesmo quando elas vêm sobre a égide do conhecer-se e aceitar-se a si mesmo. Soa-me tudo a busca de um perdão que nos ilibe do que fizemos ou fazemos e do que queremos ou quisemos... é uma coisa a raiar a confissão no catolicismo, uma espécie de "admitir o pecado e arrepender-se dele é suficiente", independentemente de quantas vezes incorremos no mesmo pecado ou no mesmo erro.

Bem, parece-me bem sabido, se não mesmo documentado, que as mulheres adoram casos perdidos e que casos perdidos adoram mulheres. Multiplicando isto por não sei quantas vezes devemos ter o quanto gostam desta mesma situação quem se dedica a tentar, profissionalmente, recuperá-los.
Assim como assim, fico a pensar quem "psicologará" a psicóloga que vai ter de ter umas quantas sessões para se recuperar da sua essência carnal que viu a luz do sol, ainda que de noite.

1 Comments:

Blogger ACONTECE said...

Adorei o texto...
Faço terapia há alguns anos, os motivos que me levaram a isso não importa, como vc mesmo disse é uma questão de escolher aquilo que nos faz bem.
Entendi perfeitamente quando vc disse não se tratar de aversão, é simples forma de encarar as coisas, é assim que vc se sente e pronto, qual o problema?!
Ando numa fase de aprender a respeitar as diferenças e as discordâncias, não se trata de tolerância, é simplesmente encarar que cada um escolhe aquilo que entender ser melhor e que não devo passar a vida tentando convence-las daquilo que penso ser o melhor para elas... Dificl viu?!
Mas seu texto foi brilhante e me ajudou a perceber que estou no caminho certo!!!

10:42 AM  

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