Saturday, December 10, 2011

Não é que tenha uma postura moralista ou monocromática mas as mais das vezes interessa-me o que se deve fazer e não o que se faz. Não como uma coisa metida ao ascetismo mas antes como uma desapaixonada visão que nos permita perceber que apesar de todos os instintos nos levarem para a esquerda isso está longe de ser sinónimo de uma boa orientação geográfica. É um pouco como o tipo que é contra a pena de morte mas que, se lhe dessem a oportunidade, mataria o violador da sua filha: este gajo não é doido nem incoerente, ele é só uma pessoa e uma pessoa precisa de distância para uma boa decisão.

Leva-me isto aos mentirosos.
Há de muitos tipos mas ficarei por todos nós e por todos nós sermos mentirosos.

Eu minto quando tenho de mentir ou quando sinto que tenho de mentir, o que é a mesmíssima coisa. Faço-o conscientemente e na expectativa de um determinado resultado. Às vezes minto em proveiro próprio e outras para poupar ou proteger terceiros.

O caso, aqui, contudo, é outro. É como que uma patologia que tem por vírus a estupidez. Falo daqueles momentos em que sem se saber sequer porquê se mentiu.
Fui chamado a esta realidade por duas vezes, que me lembre:
1) quando estava com a minha melhor amiga (o facto de ela ser apenas minha amiga era de conhecimento absolutamente geral como geral era o conhecimento de que nunca nada se havia passado) e me liga a minha namorada da altura e pergunta o clássico "onde estás e com quem estás?". A minha resposta, como um relâmpago, foi que estava no sítio X com O Y. Sem necessidade, sem nada a ganhar ou perder e sem qualquer motivo de outra espécie qualquer, menti. Foi um reflexo;
2) quando (e esta deve fazer soar os sinos em todos os condutores) fui mandado para e me mandaram soprar ao balão depois do, também clássico, "bebeu alguma coisa?". Respondi que tinha bebido um copo de vinho há 2 horas. Era mentira! Tinha bebido bem mais do que isso e, em alguns casos, há menos tempo mas a verdade era que estava, de facto, sóbrio. Não sentia que tinha bebido demais...e não tinha mesmo. Acusei muito abaixo do mínimo e fui à minha vida. Para que menti quando ia ser submetido ao mesmo teste e iria ter o mesmo resultado...por reflexo!

As pessoas mentem.

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