Ultimamente tem chuvido.
Sabem, sonho constantemente em passar a vida de calções, t-shirt e havaianas. Não quero usar mais nada até ao fim da vida; não quero mais um dia de chuva; não me apetece ter estações frias.
Mentira, tudo mentira.
A verdade tem destas coisas. É triste, muito triste, mas tem a valência de encostar-nos os pés ao chão, mesmo quando se viaja em fantasia, e mostrar-nos que apesar de fazer parte de nós esta coisa de exasperarmos em polos, somos mais meios do que tudos.
Adoro chuva!
Das melhores sensações possíveis, a sós (e às vezes acompanhados), é ver a chuva a cair enquanto, por exemplo, se fuma um cigarro ou ser embalado pelo crepitar das gotas na nossa janela quando nos preparamos para nos entregarmos à vida que começa quando fecham os nossos olhos.
Desde sempre fui assim. Não me lembro de época em que não adorasse ver a chuva. Houve tempos em que pensei que este deslumbramento por um facto perfeitamente corriqueiro se devesse a uma coisa pseudo-profunda do tipo "a água levará os teus pcados"...mas já pouco acredito em pecados; havia, ainda, uma outra coisa que me ocorria, veiculada, julgo, pela adolescência: aquela coisa de ser um tempo triste e que eu, no fundo, era triste também...mas o cinzento não me ficava, nem fica, bem.
Sobra pouco, hoje, dessas explicações.
Hoje vejo-me bem mais simples mas sou, na verdade, bem mais complicado. Naquela altura via tudo em absoluto e hoje faço-o em relativo.
Esses absolutos complicavam-me a vida porque nunca encontravam resposta nos outros. Naturalmente, só eu sentia o que sentia e sabia o que sabia. Em contrapartida, faziam de mim simples, faziam de mim uma cor em oposição às outras, num campo em relação ao outro. Visto agora, era uma situação extrema mas, também, extremamente simples.
Agora, instalou-se em mim uma apetência por ver um arco-iris e não me irritar o facto de não gostar de todas as cores; hoje vou tolerando e isso torna-me mais complicado e mais complicado torna o meu lugar porque o meu lugar não é lugar nenhum, sinto um constante desafio e metamorfose porque as nuances interessam.
Hoje gosto de chuva porque me apraz vê-la cair.
Parece simples, mas não é.
Sabem, sonho constantemente em passar a vida de calções, t-shirt e havaianas. Não quero usar mais nada até ao fim da vida; não quero mais um dia de chuva; não me apetece ter estações frias.
Mentira, tudo mentira.
A verdade tem destas coisas. É triste, muito triste, mas tem a valência de encostar-nos os pés ao chão, mesmo quando se viaja em fantasia, e mostrar-nos que apesar de fazer parte de nós esta coisa de exasperarmos em polos, somos mais meios do que tudos.
Adoro chuva!
Das melhores sensações possíveis, a sós (e às vezes acompanhados), é ver a chuva a cair enquanto, por exemplo, se fuma um cigarro ou ser embalado pelo crepitar das gotas na nossa janela quando nos preparamos para nos entregarmos à vida que começa quando fecham os nossos olhos.
Desde sempre fui assim. Não me lembro de época em que não adorasse ver a chuva. Houve tempos em que pensei que este deslumbramento por um facto perfeitamente corriqueiro se devesse a uma coisa pseudo-profunda do tipo "a água levará os teus pcados"...mas já pouco acredito em pecados; havia, ainda, uma outra coisa que me ocorria, veiculada, julgo, pela adolescência: aquela coisa de ser um tempo triste e que eu, no fundo, era triste também...mas o cinzento não me ficava, nem fica, bem.
Sobra pouco, hoje, dessas explicações.
Hoje vejo-me bem mais simples mas sou, na verdade, bem mais complicado. Naquela altura via tudo em absoluto e hoje faço-o em relativo.
Esses absolutos complicavam-me a vida porque nunca encontravam resposta nos outros. Naturalmente, só eu sentia o que sentia e sabia o que sabia. Em contrapartida, faziam de mim simples, faziam de mim uma cor em oposição às outras, num campo em relação ao outro. Visto agora, era uma situação extrema mas, também, extremamente simples.
Agora, instalou-se em mim uma apetência por ver um arco-iris e não me irritar o facto de não gostar de todas as cores; hoje vou tolerando e isso torna-me mais complicado e mais complicado torna o meu lugar porque o meu lugar não é lugar nenhum, sinto um constante desafio e metamorfose porque as nuances interessam.
Hoje gosto de chuva porque me apraz vê-la cair.
Parece simples, mas não é.
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