Tuesday, February 14, 2012

Acabei agora de ler um artigo em que o entrevistado dizia que a guerra contra o terrorismo é uma fachada e que a única coisa que, realmente, importa, é o petróleo. Acrescente-se, ainda, que não é apenas a guerra contra o terrorismo que é uma farsa mas também o suposto apoio às revoltas da Primavera Árabe que mais não é um outro caminho para a mesma finalidade.

Estranho mundo este em que concordo parcialmente com o que o tipo em questão diz.

A única coisa com a qual não concordo, na verdade, é chamar "fachada" à guerra contra o terrorismo. Não acho que seja uma fachada. Acho que ela existe porque foi provocada (sendo certo que a questão de "quem provocou quem primeiro" é controversa) e tem de ser travada.
Infelizmente, embora não a chame de "fachada", o efeito prático da coisa não é assim tão diferente, isto é, o que me parece é que se aproveitou a guerra contra o terrorismo para outras finalidade que entroncaram de forma forçada nesta demanda.

O que teve o Iraque que ver com isto? Alguém acreditou que lá andassem armas de destruição? Será possível?
Onde anda o apoio efectivo, não meramente verbal, contra ditadores que não têm o azar de ter petróleo? A Síria demora tanto quando a Líbia foi tão rápida? A tragédia africana é menor que a da Líbia e o o Iraque foi? Não.

É trista tudo isto.
É triste que tudo se resuma a interesse energético - que não deve ser, contudo, desvalorizado - e não a direitos humanos e mais do que triste por tudo isto é ainda mais triste gozar com povos fingindo que alguém se importa com eles, ou melhor, APENAS com eles.

A questão principal que, a mim, se levanta é mais difícil de responder:
Será que quem está obcecado com a energia e relega para segundo plano cidadãos que não os seus está errado? Para ser bonito diria "sim" mas para ser verdadeiro direi "não sei".

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