Thursday, February 02, 2012

Egito

Ontem vi, como todo o mundo, a carnificina que se deu no estádio de futebol egipcio entre a equipa do Manuel José e outra. Foi um vislumbre do inferno...

Há coisas que me custam um pouco a perceber.
Uma delas é como é que deixaram os jogadores voltar para o campo depois do intervalo. Sim, o intervalo durou mais do que aquilo que era suposto porque o campo tinha sido invadido e tiveram de o evacuar. Poderia alguém imaginar que a coisa ia acalmar?! Ok, podem dizer que temeram que o motim acontecesse ao intervalo, se cancelassem a segunda parte...pois, estava-se a ver que ia acabar bem...
Outra foi a entrevista, telefónica do Manuel José. É absolutamente lamentável a violência a que, também ele, foi sujeito, não apenas os pontapés ou socos - que não tiveram consequência - mas especialmente o facto de ter visto feridos passarem a falecidos à sua frente, no balneário. Agora, em resposta à questão "o que iniciou isto?" ter respondido que foi uma má arbitragem?! Das duas uma: ou é absolutamente alienado do mundo (especialmente da parcela de mundo que habita) ou tem a cassete demasiado enraizada para destravá-la.

Aquilo que ontem se viu é selvagem mas não é praticado por selvagens. Aquilo somos nós, todos nós, quando estamos perdidos e não vemos forma de voltarmos a encontrar-nos.
Não desculpabilizo ninguém: os tipos que mataram e feriram devem ser severamente punidos!!
Temos, contudo, de entender porque o entendimento é meio caminho andado para evitar que as pessoas não se entreguem a um instinto primário que começa (apenas começa) num jogo de futebol.

(Não acredito que se aprenda nada com isto - realismo evidente - mas vai ser uma pena...)

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