Thursday, April 11, 2013

Eixo do Mal

Sou espectador assíduo do Eixo do Mal e, sem que me queira tornar um crítico televisivo (ainda que tenha todas as qualificações e experiência necessárias), incomoda-me a voz esganiçada de um, a raiva revolucionária de outro, a displicência de um terceiro e a soberba de um quarto.
Juntanto isto e contando o deve e o haver, acho o programa bastante melhor que os seus concorrentes e, por isso, assisto.

Há, talvez, duas semanas, contudo, ouvi a Clarinha dizer, na esteira do Jon Stewart (na esteira ou plágio, como preferirem), que apesar de não apreciar a Fox News admirava como esta passava a mensagem, por contraponto com os inoperantes da CNN (como disse, qualquer pessoa que veja o Daily Show já ouviu isto milhares de milhões de vezes. Aliás, sem querer ser demasiado mauzinho, metade dos comentários da Clarinha podem ser encontrados, em primeira mão, no Daily Show e no GPS do Fareed).

Há uma diferença enorme entre a Clarinha e o Jon Stewart, uma diferença profissional porque das outras há muitíssimas, e que reside no facto de um ser um comediante e outra uma jornalista (acho que é jornalista) e enquanto tanto o Jon como a Fox News se dedicam a transmitir uma mensagem nenhum dos dois pratica jornalismo.
Assim, quando uma suposta jornalista admira a qualidade de transmitir uma mensagem de uma suposta rede noticiosa perde-se do facto de que o que uma cadeia noticiosa deve fazer é transmitir uma notícia e não uma mensagem.

Se o tema de discussão é que a CNN deveria fazer pelos Democratas o que a Fox faz pelos Republicanos a hostória seria outra, como outra seria a minha opinião.
Agora, jornalismo não é suposto ser propaganda e não é suposto uma jornalista admirar como competentes quem cria uma narrativa (palavra da moda) em vez de contar o que acontece, sem mais nem menos.

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