Subserviência?
Não conheço outro país onde as pessoas se esforcem tanto para comunicar com os estrangeiros na língua destes. E tal não se limita a estrangeiros que cá desaguam, o mesmo se vê quando são portugueses a mandar-se para outro lado.
Repare-se, por exemplo, os falantes de espanhol que por cá se encontram e vamos colocar a nossa atenção nos jogadores e treinadores. Continuam a bombar em castelhano sem que se note qualquer esforço para o fazer na língua de Camões.
Repare-se, então, nos treinadores portugueses que se mandam para fora do país. Nos países em que se conseguem ligar à língua (estou aqui a deixar de fora os Árabes e os Alemães e os Russos) tentam sempre fazê-lo. É ver, por exemplo, o Mourinho a comunicar ou a tentar fazê-lo em Inglês, primeiro, em Italiano, depois e em Espanhol, por fim.
Eu fico com um amargo de boca, quando penso nisto.
Se por um lado acho cosmopolita esta nossa facilidade com línguas e em ser amáveis com pessoas de outros países, por outro sinto, de vez em quando, como um atestado de menoridade.
Quem visita um outro país deve ter em atenção as suas tradições onde se inclui a língua. Não é que devem aprender todos os idiomas do mundo mas quando param tempo suficiente num país que não é o próprio parece-me elementar tentar comunicar na língua local.
Em contrapartida, se nós temos mais facilidades em adaptar-nos a eles, por que não o deveríamos fazer? Para provar um ponto de vista? Talvez.
É absolutamente espantoso, por exemplo (e contra mim falo) que quer um português vá ao Brasil quer um brasileiro venha a Portugal é sempre o mesmo que tenta adaptar-se ao linguajar do outro...e nunca é o brasileiro.
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