Friday, May 24, 2013

Honestidades

À medida que o tempo vai passando e que as cores garridas que nos guiam para uma determinada opinião ou posição se vão esbatendo, torna-se importante que nos perguntemos quanta honestidade é demasiada honestidade ou se a honestidade que não seja completa pode ser assim chamada.
É um tema difícil e ambas as posições são passíveis de defesa; se é verdade que Honestidade a 100% é o compromisso menos comprometido com a verdade não é menos verdade que um atenuar da Honestidade pode ser importante para um convívio mais são com quem nos rodeia.

Há uns tempos, por exemplo, ouvi alguém dizer que a mentira é a massa que impede que a sociedade se fracture. Não a mentira que é indubitavelmente prejudicial mas aquela que pode não ter consequências sérias, porque consequências há sempre. Por exemplo o responder que Não quando uma mulher/namorada/amiga nos pergunta se está mais gorda quando, efectivamente, está.

Ontem, por exemplo, uma amiga convidou-me para ir ver uma cantora.
Quando me disse o nome dela e me perguntou se a conhecia, respondi que a tinha visto no dia anterior num programa de televisão e quando, depois, me perguntou o que tinha achado respondi-lhe que tinha sido terrível.
Ora, essa minha amiga está ligada à promoção dessa cantora, o que eu já tinha percebido, mas isso não me impediu de dizer que, de facto, aquela actuação havia sido de muito má qualidade. E foi mesmo.

Felizmente, esta minha amiga conhece-me há muito e sabe que não digo isto por mal ou para ser especial e directo: digo porque foi o que realmente aconteceu.
Esta minha amiga entendeu e concordou que a coisa correu mal; é verdade que foi menos enfática que eu mas é, também, verdade que temos de defender os nossos e, se possível, reverter uma má opinião. Não é desonestidade, é sobrevivência.

Quantas vezes me fodi por ser assim? Muitas.
Quantas vezes me fodi por ser assim sem saber que me estava a foder? Muitas mais, seguramente.
Arrependo-me? Arrependo-me, tenho de o admitir. Mas a minha história a este respeito compara-se com a história da tartaruga que ajuda o escorpião a atravessar o rio e a meio do caminho o escorpião morde-a e morrem os dois, sendo que o escorpião sabia que isso iria acontecer; era a sua natureza.

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