Monday, February 01, 2016

K, Tenho Novidades!

Foi o início de um telefonema de Quinta passada.
Quando me ligam a dizer que há novidades nunca penso que seja um coisa boa porque, as mais das vezes, não é.
Então? O que se passa?
 - Vem cá jantar Sábado.
Pista?
 - Não. Nada disso.

E lá fui.
Quando cheguei,a novidade era uma criança nova. Boas notícias.
Depois fiquei a pensar foda-se, devia achar estranho um dos gajos com que me dou melhor há 2 décadas apresentar-me a filha quando eu nem sabia que a I estava grávida... mas a verdade é que não achei. O tempo tem disto, especialmente quando vamos acumulando anos e afazeres. Nem sequer é uma desculpa. As coisas nem deviam ser assim mas é assim que são.
Clássico: é o que é!

Durante o jantar, diz-me a I:
- Ainda perguntei ao F se vinhas sozinho.
- Ele não me perguntou nada mas se não viesse sozinho tinha avisado.
- Mas e então? Fechaste a porta? Só conheci uma namorada tua há (não me lembro quanto anos disse e também não me apetece pensar nisso mas foi há muito)...
- Sim (agora o gajo), decidiste não ter ninguém?
- Não. Não decidi isso. Só não aconteceu. Não excluo.
- És muito esquisito, K. Cá pra mim, desististe mesmo disso.
- Não. Não desisti mas também não insisto. Se for vai ser e se não for não vai ser.

Isto chateou-me um bocado.
Não com eles porque como, felizmente, algumas pessoas, querem o meu bem mas a ideia de que desisti chateou-me. Mas, parado e pensado, não posso culpá-los por acharem isso. Parece mais ou menos evidente, não é?
Bem, posso ter desistido e não saber. Não sei. Não acho que tenha desistido...

De qualquer maneira, esta conversa - em forma abreviada - que descrevi acresceu a uma semana que não foi tão fixe como deveria ser.
Juntei as duas coisas a uma garrafa de champagne, umas quantas de vinho e dois wiskeys e deixei-os a tomar conta da criançada. Meti-me num táxi e siga.

Acordei com um arranhão no braço que ainda me arde e não o lamento.
Hoje, neste preciso momento, lamento só ter deixado que me arranhassem e lamento porque não me apeteceu que me fizessem mais que isso. Aliás, ainda não me apetece que me tivessem feito mais que isso mas devia.

Só não há solução para a morte (ainda), certo?

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