A Dificuldade de Ser
Isto não é um lamento, é uma constatação de facto.
Poderá parecer que não me enquadro neste Mundo onde me meteram - mais que parecer, pode SER - mas não me permito achar que o problema é do que me envolve e não meu. Temos de nos adaptar ao meio e não o contrário.
Quando o povo segue para a Direita o mais provável é que seja esse o caminho certo. Não é uma ciência exacta mas convém, pelo menos, duvidarmos das nossas escolhas quando elas são diferentes da vasta maioria.
Dito isto...
Há bastantes vertentes que tentei e tento melhorar sem grande sucesso.
Tento ser menos efervescente e, ainda que com melhorias óbvias, não consegui;
Tento ser mais compreensivo com escolhas alheias e ainda não consegui (isto para pessoas que me dizem alguma coisa, para as outras...caguei);
Tento passar mais a mão na cabeça de quem cometeu um erro mas quando o erro era previsível e óbvio, ainda não consegui.
(o primeiro parágrafo foi importante para mim. É muito simples que deste conflito nós - eles se transforme em revolta e sentimento de injustiça. O clássico Porquê eu?! bem...se calhar porque és - e este és pode ler-se sou - burro)
Como sou o que sou mas nem sempre o que quero ser, sou o tipo de pessoa que se procura em poucas ocasiões porque a maioria de nós não está disposto a enfrentar o que realmente acontece; quer antes um reforço e uma concordância com as escolhas estúpidas que fizeram.
Ora,
é gritantemente evidente quando a escolha foi estúpida porque se consegue olhar para trás mas, ainda assim, é isso que se procura.
Então,
normalmente sou a escolha para quando se precisa de soluções que os outros não conseguem dar. Não quero com isto dizer que os outros são menos espertos que eu, o que quero dizer é que os outros têm limitações (que podem ser lidas como vantagens, dependendo da perspectiva) que eu não tenho.
Divago...
Ok.
Eu não tenho a capacidade de entender que deveria conformar as minhas vontades ao contexto que me rodeia - reparem, não às pessoas que me interessam e a quem interesso mas ao que envolve todos - quando quem paga pela satisfação ou não sou sempre eu.
O que me interessa que pensem que sou ou fui estúpido?
Quem vai paga a minha estupidez sou eu.
O que me interessa que pensem que devo ou deveria agir de outra forma?
Quem vai pagar os meus actos sou eu.
O que me interessa que pensem que as minhas prioridades estão trocadas?
Quem vai pagar as minhas escolhas sou eu.
O que me interessa que pensem que deveria ser mais sociável?
Quem vai pagar ter de aturar os outros sou eu.
A todas estas perguntas, a resposta parece-me ser esta:
quando fazemos, apenas, o que queremos somos responsáveis únicos e não poderemos esperar a compreensão generalizada. Não poderemos esperar ouvir ah, teria feito o mesmo! Fizeste bem! e, por magia, porque os outros fariam o mesmo a culpa/responsabilidade é colectiva.
O que tem graça e me ultrapassa é isto:
Para a maioria de nós, não é o facto de dar merda quando poderia não ter dado que tem a maior importância.
O que tem a maior importância é que deu merda no sentido e de acordo com o que era esperado.
Fiz mal mas os outros compreendem porque teriam feito o mesmo!
Isto interessa-me ZERO!
Mais ou menos on topic:
Estou a ouvir o Russel Brand.
Os de vocês que saibam quem é o Russel Brand pelo que veste, pelos filmes que faz e pelos espectáculos de stand up, deverão achar - ainda que engraçado - um pateta feliz.
Não é.
Nesta entrevista já deu Carl Jung e já o vi humilhar jornalistas.
....isto é incompreensível.
A ordem não concebe um gajo que parece um pateta mas está a léguas de o ser.
dance for me monkey.
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