Blind Side, O Desabafo e Uma Lembrança Que Nem Tudo É Mau
Blind Side
Filme baseado numa histórica verídica que tem como personagem principal a Sandra Bullock.
APESAR de ter a Sandra como actriz principal, este filme juntou-se à, até agora, lista de filmes que me emocionaram e que se resumia ao Kramer vs Kramer.
Não sou sensível, em termos lacrimais, a muitas coisas.
Lamento umas, lamento muito outras mas como sou pregado à realidade e ao coisas más acontecem a coisas boas e porque não encontro justiça divina no Mundo mas apenas o acumular de circunstâncias que encaminham para um determinado fim, sigo sem muitas dificuldades.
A questão do Kramer vs Kramer envolve uma criança e a isso fui mais sensível.
Teria de o ver novamente - e não quero! - para conseguir, agora, identificar o porquê desta história e não as muitas outras do género foi capaz de me emocionar.
O Blind Side, como o vi já em fase mais madura, sou capaz de identificar o porquê de me ter tocado um bocado mais.
É certo que também este filme envolve um jovem quase criança mas aquilo com que me identifico é uma outra coisa.
O Michael não era amargo e não queria chatear, sendo muito educado e introvertido. Essa timidez (no caso, quase cómica atento o tamanho do bicho) sensibilizou umas poucas pessoas (a Sandra) mas fez todas as outras seguirem o seu caminho; podiam carpir um bocado mas é que se foda.
À custa de sofrimento pessoal, o gajo não era amargo e não queria ser um peso.
Ora,
se não me consigo identificar com a história pessoal do Michael nem com as muitas tormentas pelas quais passou, entendo o sentimento e entendo a mentalidade.
Ele, como eu, achava que não tinha de incomodar os outros com os seus problemas;
Ele, como eu, preferia apanhar chuva do que pedir o que quer que fosse a quem quer que fosse;
Ele, não como eu, não tinha ponta de amargura;
Ele, não como eu, era introvertido e amável com todos.
Eu, porque entendia uma coisa ou outra e senti-as, em pequena escala, como minhas, fui sensível ao gajo e senti-me, com ele, grato a quem se quis dar a um trabalho que não lhe pertencia.
Fiquei contente quando uma coisa boa aconteceu a uma pessoa boa.
Fico sempre.
(Pequena nota: não lacrimejei em nenhum destes filmes, não consigo.
O que acontece é que em ambos os casos teria lacrimejado, se conseguisse.
Na verdade, lacrimejei, recentemente, mas não foi emocional nem doloroso. O meu corpo entrou em choque e começou com tremores que se estenderam a água a escorrer-me dos olhos.
Não foi fixe, Não pretendo que aconteça novamente)
O Desabafo
Detesto desabafar, pelo que não o faço.
Não o faço por Personalidade:
Não vejo vantagens em desabafar.
Não vejo vantagem em nada que não leve a um determinado resultado e se desabafar não é capaz de me resolver um problema, prefiro não fazê-lo.
Acresce que porque apesar de poder valorizar opiniões externas só as minhas interessam, de facto, penso sempre caralho, por que vou eu falar desta merda? Perder tempo? Chatear pessoas?! e opto por não o fazer.
Multiplicar problemas não resolve 1.
Não o faço por Orgulho:
Não tenho vergonha nenhuma das minhas merdas, mesmo as que preferia não ter.
Tenho, contudo, uma convicção profunda de que tenho de ser eu a resolver o que quer que seja, Tenho de ser capaz. Devo ser capaz. Se não for: fodi-me, é o que é.
Já estive algumas vezes para me foder mas, até agora, ainda não aconteceu.
É verdade que não levo a bem que me escondam as mesmas coisas que eu escondo aos outros mas...isso fica para outras núpcias.
Não o faço para Defender Quem Devia Participar:
As pessoas que me são próximas pensam que as excluo destas merdas porque as quero afastar e, porque nestes momentos a minha racionalidade leva uma facada, não sou capaz de afirmar sem medo de estar enganado que estão erradas.
Posso, ainda assim, dizer isto:
SE eu decidir que preciso e apoio em algum momento esta minha decisão não é relativa, é absoluta.
Não me interessa se vai dar jeito;
Não me interessa se vai colidir com outras obrigações;
Não me interessa se é exagerado.
...e como nada disto me interessará, a coisa tem todas as hipóteses de poder azedar e deixar de parecer que as quero afastar para as afastar de facto.
Eu não sou bom a pedir ajuda;
Eu não sou bom a perdoar.
(percebem como o Blind Side se liga a isto?).
A Lembrança
Quando vinha no carro, deu uma música que é raro (foi a primeira vez que a ouvi) dar em estação.
Fiquei quase quase contente.
Aqui vai:
0 Comments:
Post a Comment
<< Home