Friday, January 06, 2017

Os Paradoxos Lineares (parece metido ao intelectualoide)

Estive a ver o 60 Minutos sobre o George Soros e respectiva entrevista.
A entrevista em questão deu merda, para o Soros, e consta que tentou impedir que fosse exibida. E, daquilo que percebi, houve uma grande merda e uma pequena merda.
A grande merda há-de ter sido a assumpção de que tinha colaborado com os Nazis no confisco de bens dos judeus quando tinha 12 anos, ou coisa que o valha, sendo que é judeu.
Quando lhe perguntaram se se sentia culpado, respondeu que não porque era uma criança, paralelamente, não lhe pareceu que tivesse alternativa.
A pequena merda há-de ter sido a assumpção de que não lhe pesava na consciência ganhar dinheiro à pala do descalabro financeiro, quando faz e fazia investimentos fazia-os sem pensar nas repercussões sociais.

A grande, parece-me uma resposta óbvia e verdadeira.
Seria melhor dizer que ainda não consegue dormir por causa do que fez em criança? Talvez...

A segunda foi, ainda durante a entrevista, recebida com uma enorme estupefacção. 
O entrevistador, e, aposto, muitos dos que assistiram e agora lêem, não conseguirão entender como o gajo que afirma o que afirma e faz o que faz é o mesmo que dá milhares de milhões para caridade.
(se derem uma volta pela net vão encontrar muitas teorias conspirativas quanto ao porquê da sua caridade mas vamos assumir que são apenas teorias)

Não acho esquisito que uma mesma pessoa, num contexto, seja uma coisa e uma outra noutro.
Quando o Soros está a ganhar dinheiro, interessa-lhe ganhar dinheiro;
Quando o Soros está a dar dinheiro, interessa-lhe dar o dinheiro.
Mais do que ser fácil de perceber, é lógico mas nesta época de carpideiras com outfit sado-maso por baixo da roupa enlutada...

Ontem disseram-me eu nunca vou ser como tu!
Como vocês - e quem mo disse - me vão conhecendo, seria de pensar que o tom usado foi o de alívio. Não foi. Foi de aviso.
O tom de aviso foi recebido com estupefacção.
Eu não desejo ser como eu a ninguém. Eu não desejo ser como eu a quem me é próximo porque seria o primeiro e mais decisivo passo para deixar de me ser próximo. Eu sou insuportável.

Como se liga uma coisa com a outra?
Não é simples nem intuitivo e pode dar-se o caso de nem sequer ligar.

Ora bem:
Porque eu me tenho em boa conta não significa que eu me ache um exemplo a seguir;
Porque eu tenho qualidades, não as exijo na mesma medida aos outros;
Porque eu tenho defeitos, não os aceito na mesma medida vindos dos outros.

Será óptimo se outros (incluindo quem mo disse) entenderem que as pequenas coisas revelam o quadro onde se pintarão as grandes coisas;
Não será óptimos de outros se tornarem cata-ventos itinerantes a tentar dar sentido a toda e qualquer aragem porque, muitas das vezes, aragem é só...aragem.

Eu já pisei a tola de uns quantos gajos;
Eu já socorri uma ou duas pessoas que tinham mais quem as socorresse mas que não o fizeram.
Não me arrependo de uma e não me orgulho de outra.
Sou o mesmo gajo quando pressiono uma cabeça com o pé e quando seguro outra com as mãos.

(a minha cabeça ainda não assentou, como é bom de ver, mas está a caminho!)


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