Wednesday, February 07, 2018

Desporto

Pratiquei desporto desde os 4 anos de idade e em momento algum o fiz por uma questão meramente lúdica nem de saúde.
Suar e correr não tem nada de lúdico, para mim;
Aprecio ser saudável mas - e eu sei o quão estúpido isto pode parecer - não é a minha prioridade.

O desporto que pratiquei sempre foi competitivo.
Enquanto pratiquei desporto fi-lo porque ganhar me dá prazer; impor a minha vontade dá-me gosto.

Por ter praticado desporto de competição desde os 4 até aos (se não me engano) 20, é comum ser-me perguntado se sou da opinião que os filhos dos meus amigos devem começar a praticar desporto e desde que idade.
A minha resposta é sempre Sim, quanto a praticar, e Depende, quanto à idade em que se deve começar.

Praticar desporto, especialmente de contacto, torna-se cada vez mais imperioso, na minha opinião.
O desporto, hoje em dia, deve ser a única forma de contacto com uma realidade darwiniana permitida no Mundo Desenvolvido.

A moda de se dizer que se pode fazer tudo e que temos de respeitar tudo e todos merecem ver a sua opinião respeitada e temos de ser sensíveis a todo o tipo de orientações não prepara as crianças para o que vem a seguir.
Sim, não há empregos para todos;
Sim, provavelmente não podes fazer tudo o que queres;
Sim, não és tão esperto como todas as outras pessoas com quem te cruzas;
Sim, a desilusão vai ser uma constante ainda que se espere que não seja constante.

Quando praticas um desporto descobres muito rapidamente que há quem seja mais forte que tu e mais corajoso que tu e mais esperto que tu e que não ganharás sempre e que nem todas as tuas expectativas serão cumpridas.
E, com isto, não se será tão surpreendido quando coisas bem mais relevantes e importantes do que um jogo correrem pior ou de forma inesperada.

Por exemplo:
sempre fui um gajo grande e sempre fui um gajo agressivo.
Eu tenho o ar de gajo com quem não te queres chatear e, por isso, comportei-me (e comporto-me) como esse mesmo gajo.
....e no primeiro jogo que fui fazer isso impressionou menos um gajo que me deu um soco; soco que me atirou para fora do jogo; soco que me fez ficar sem ver do lado esquerdo durante uma semana.
Nunca tinha apanhado na tromba.

Daqui, retirei duas lições:
1. Vai haver quem não se impressione e tente a sorte (ao gajo que me socou correu bem);
2. Levar um soco não é assim tão mau.

Há uma semana - acho - descobri que o meu médico tinha praticado o mesmo desporto que eu mas com bem menos sucesso.
Mas aquilo era difícil, K. Há muita gente que fica desencorajada.
- Pois é e não pode ser diferente. É preciso saber onde nos metemos e não adianta nada andar de mãos dadas a cantar quando se treina para, depois, se levar um pontapé na cabeça quando o jogo começa e ficar sem saber o que se fazer.

Ele é demasiado sensível e não precisei de saber estas coisas para se tornar evidente.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home