Gente Difícil
É comum acharem ou dizerem que eu sou uma pessoa difícil.
Eu posso ser difícil. Eu posso ser muito difícil. Mas não considero que - nos termos em que se usa a expressão - seja difícil.
Se me deixarem em paz sou muito fácil e se me disserem o que querem sou, também, muito fácil. Posso não cumprir com o que me pedem mas não sou difícil.
O que traz a este assunto é, no entanto, outro.
Acho que o que me torna uma pessoa difícil não é visível e, talvez por isso, não seja usado como argumento quando me acusam de tal coisa.
A Estória:
Aqui, há duas zonas de ar-condicionado e, por isso, um interruptor para cada um deles.
Normalmente, tenho dificuldade em saber para que lado é o ligado e o desligado e, por isso, presumo que outras pessoas também a tenham.
Ontem, estava um ligado e um desligado e uma pessoa desligou o que estava ligado. Esta pessoa é das que liga o AC e não das que se queixa do frio, pelo que enviei um E-mail e a troca começou.
- B, reparaste que desligaste os dois ACs?
K, o do teu lado já estava desligado, só desliguei o do meu. Não influi com o bem- estar desse lado.
- Eu sei que o do meu lado já estava desligado, pensei que te pudesses ter enganado.
Não, não me enganei. Reitero que não influi com o bem-estar desse lado.
Isto levou-me a:
1. Lamentar gente insegura que pensou que a pergunta era uma acusação;
2. Lamentar que uma pessoa que trabalha há algum tempo no mesmo espaço que eu seja tão distraída ao ponto de tomar como possível que eu dê uma de passivo-agressivo;
3. Lamentar a utilização do verbo reiterar num contexto coloquial porque é uma palavra parva quando nestas circunstâncias é usada;
4. Lamentar que alguém pense que a utilização de uma palavra para 10 pontos me possa impressionar.
Para ser honesto, esta pessoa nunca me interessou muito. Não tenho nada contra mas os nossos santos não se cruzaram.
Mas para o caso o que interessa é que tirei 80% destas conclusões da troca de 4 E-mails e, confiem, não precisaria de nada mais para confirmar que Pois, K....com esta pessoa não vai dar.
Isto, considero, torna-me difícil.
Sou demasiado atento para deixar escapar coisas.
Sou demasiado simplista para pensar se calhar, devia dar mais uma oportunidade.
Vejo.
Actuo.
Raramente há um período intermédio.
Ah, K, mas nunca te enganas?!
Sim. Infelizmente, acontece mas como acerto incomparavelmente mais do que falho, o risco é aceitável. E todas as contas são feitas com base na rácio custo-benefício.
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