Tuesday, December 19, 2006

Nop


Desde que me lembro sempre detestei sentir-me preso.
Não sei se é alergia, não sei se é trauma preventivo... o que sei é que existe.
Não tenho qualquer orgulho neste desgotar, não é uma coisa que use para me colocar nos píncaros do especial que é uma alma solta.
Não me vejo e nem quero que me vejam como um Unicórnio.
Acho que já me tentaram colocar correntes de todos os tipos, desde a mais rude às crivadas de diamantes.
Muitas manhãs acordei com o espectro da prisão e nunca demorei mais de um dia a evadie-me.
As ideias de pertencer a alguém atraem-me, no entanto, a aplicação práctica da coisa repele-me.
As inevitabilidades são-me agrestes, não gosto delas.
Uma vez ouvi dizerem-me que eu nunca terei dono.
Engraçado...
Isto visto de fora envolver-me-á numa espécie de misticismo (eventualmente de terceira categoria, mas ainda assim misticismo), um quadro de névoas onde se vislumbram apenas silhuetas, um lugar que os olhos alcançam mas que os braços não atingem.
Isto visto de dentro é um pronúncio de solidão absoluta ainda que acompanhada.

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