Gosto de quem me faz sorrir.
Não tem de ser com uma graça nem com uma palhaçada, prefiro até que não seja.
O que me agrada é quem me alegra só por estar lá, só porque me dá prazer vê-la ou ouvi-la ou falar-lhe... não tem nada de sexual (apesar de até poder ter), é uma coisa bem mais rara, é um momento de claridade no meio da agrura dos demónios que me fecham o rosto.
É tão mais fácil arranjar alguém com quem foder do que alguém com quem me sinta verdadeiramente confortável....
Poucas vezes tive as duas coisas numa só pessoa e quando tive não a soube segurar ou ela não me soube segurar a mim.
Hoje, digo-o com certeza e com a consciência de que poucas coisas me agradam mais do que uma mulher nua deitada na cama a chamar-me, dou muito mais valor a quem me faz sorrir....sem ter de tirar a roupa.
Não é que eu seja um tipo triste, não sou.
O que acontece é que não acho que tudo seja divertido, a maioria das coisas acho tremendamente enfadonhas, a maioria das coisas cansa-me muito facilmente, a maioria das conversas não me interessam, a maioria das ideias não me despertam qualquer curiosidade e o dia a dia é tremendamente monótono.
Poderia retirar-se que eu me vejo como sendo muito culto e muito interessante, um pouco como o gajo que acha que ilumina o mundo à sua passagem. Acho precisamente o contrário.
Agora, se eu me resigno a que quem comigo convive seja tão escuro e vazio como eu, corto os pulsos.
Preciso que me abram o sorriso, isso chega-me, mormente por ser, de facto, dificil de fazer.
Engraçadas as dicotomias da vida e os paradoxos inerente.... eu acho, mesmo, que quem me ganha acaba por perder.
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