Raio Cósmico
Quando estava a procurar esta imagem ainda pensei colocar o Surfista Prateado, no entanto, seria poética demais e com um elan que, claramente, não me assenta.
Acho mais realista e, por isso, próximo da realidade, o puto sociopata que não tem uma justificativa nobre para ser como é.
Nestes dias cometi o erro de dar uma olhadela, rápida, para as coisas que faço e fiz e para o lado destrutivo das minhas acções.
Tenho o belo hábito de me afastar quando me sinto demasiado perto, é uma reacção tão, ou mais, natural como respirar.
Na verdade, é ainda mais reflaxivo do que o próprio respirar, afinal, se quiser, sustenho a respiração por uns instantes, algo que não consigo fazer com o meu afastar.
Lembro-me de uma música (Jarabe de Palo) que a dada altura diz "se saio a correr, agarra-me pelo braço e se não te escuto, GRITA" (qualquer coisa assim, em espanhol).
Achei, durante anos e anos, que era isso que eu precisava.
Achava, e ainda acho, que era pedir demais... não me parece justo que alguém precise de segurar ou de gritar para me impedir de partir.
Descobri, há pouco tempo, que nem isso chega.
Não me mereço e nem me merecem, é daquelas inevitáveis verdades de um broken guy.
Isto do broken guy é uma verdade que tem um peso de 70 toneladas de ridículo... nunca me quebraram, devo ter nascido assim.
Nunca me deixaram, nunca chorei por ninguém, não abusaram de mim quando era criança, não fui espancado, nunca fui mal amado... e sou essa coisa amorfa embrenhada em arame farpado.
Como já escrevi uma vez "no peito dos desafinados também bate um coração", um dia ainda o descubro.
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