TéJá
Aí está uma vontade que nunca hei-de concretizar.
Esquecendo as vestes do tipo retratado no quadro que em nada se assemelham a alguma coisa que me agrade (partiria sempre de havaianas, calções e t-shirt), não tenho essa capacidade de me ir embora.
A cada dia que passa menos me agrada o quotidiano, cada vez há menos coisas que me interessem.
O meu maior prazer, ainda é, ouvir música ou ver um filme com um wisk por companhia... quase a visão do paraíso (porque paraíso mesmo são, as tais, havaianas e, os tais, calções com vista para o mar e pés enterrados na areia com uma bossa nova a entrar-me nas veias).
Na verdade, não fui construído para pegar nas minhas coisas e ir-me embora, não é sequer uma opção.
Sinto muitas coisas como sendo minha responsabilidade sem, de facto, o serem.
Quando olho para o espelho vejo um lobo feroz que está por cá apenas para evitar que façam mal a quem não devem.
Não me parece que, a dado momento, serei um bom marido e, apesar de muito querer, nem sei se serei um bom pai... tenho a sensação de que irei ser demasiado Eu e não deixarei que eles sejam Eles.
Sinto-me útil quando desempenho a função de guardião, não me sinto útil quando apenas estou na função de companhia.
É como a mais recente arma de guerra que no momento em que é criada e usada tem a sua mais íntima razão de ser cumprida e em tempo de paz é desnecessária e apenas ocupa espaço.
O fogo não me queima os pés mas a relva transmite-me uma estranha sensação de desconforto...
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