Tenho duas amigas de sempre que têm namorados novos (nem novos, na verdade, o que acontece é que não são os mesmo que conheci há anos atrás - amigos meus, também - e cujo relacionamento durou anos, daqueles que achava que iam acabar no altar....naturalmente, enganei-me).
Amiga 1
O primeiro traço dela que sempre me saltou à vista foi carência. Não que a ache fraca, apenas a vejo como necessitada de ter alguém do lado e daquelas pessoas que precisa casar.
A felicidade que procura sempre lhe fugiu, acredito cada vez mais que lhe fugiu porque tanto a procura.
Pessoa muito dedicada aos seus relacionamentos em deterimento dela mesmo.... o que se agudizou muito agora.
O FDP do namorado dela (que nem eu nem ninguém viu e cuja existência apenas acredito porque ela não é mentirosa) deu-se ao luxo de não aparecer ao aniversário dela.
Eu também não gosto de conhecer os amigos e amigas de quem está comigo no momento porque sou mais bicho do mato do que bicho social, no entanto, é indispensável, a dada altura, a coisa deixar de ser secreta...especialmente quando já não é.
Resumindo, ela que tanto gosta de ter alguém do lado submete-se a ter sem que este se deixe ver, quando pra ela é tão importante essa interacção social.
Amiga 2
Esta está ainda pior...
Não a vi nem falei com ela durante mais de 1 ano.
Não falo mesmo com ela há mais tempo do que a minha memória me permite lembrar.
Esta segunda sempre foi absolutamente ela, nunca a vi ser dominada nem anular-se.... até que deixou de ser ela, até que a vejo ser dominada e anular-se.
Mais uma ave de rapina (acredito realmente que o seja) que rouba e esmifra uma pessoa que era (acho que ainda é) muito querida.
Isto porquê?
Deve ser desespero, deve ser uma necessidade que desconheço e que nunca quero conhecer.
O dia a dia encarrega-se de me afastar, cada vez mais, dessa coisa do feliz para sempre, impede-me de acreditar em ti ou naquela ou ainda na outra.
Não quero metade de nada nem a ilusão de coisa alguma, prefiro uma amarga sensação de que estou vivo do que uma ilusão de plenitude que tolhe os sentidos.
Prefiro-me a mim em deterimento de um estranho que viesse morar no meu corpo.
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