Flash
O desaparecimento, pelos vistos, é um enigma que atrai as pessoas.
Desde que me lembro, sou adepto dos adeus tácitos. Não é uma tentativa de despertar o imaginário de ninguém nem de me envolver numa qualquer capa de misticismo, simplesmente, quando decido partir é porque me quero mesmo ir embora.
Esta forma de me movimentar já me trouxe vários amargos de boca.
Desde a ideia de que, como referi em cima, desapareço para que sintam a minha falta até deixar ir embora quem, de facto, queria ficar.
Uma vez, disseram-me vou-me embora, ao que eu respondo lamento mas, ok.
Levantei-me e fui.
Fui insultado de todos os quadrantes porque devia ter percebido que era um jogo, uma coisa do tipo eu vou-me embora (pede para eu ficar).
Pois.... não vou nessas.
Outras vezes, quiseram que eu explicasse.
Ok, eu expliquei.
Não se acreditaram, desapareci.
Como se convence alguém de uma coisa em que ela, pura e simplesmente, não se acredita? Não se convence.
Como não gosto de repetir a mesma coisa mil vezes, cansa-me, limito-me a deixar que se acreditem no que muito bem entendem.
E desapareço.
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