Wednesday, September 26, 2007

A hora de jantar aproximava-se e eles foram para a cozinha.
O fogão era a gás e para acender o forno era preciso chegar-lhe alguma coisa em chamas porque o piloto estava avariado.

Ela sabia como o forno funcionava e Ele não, no entanto, Ele não a deixou colocar a cabeça nem as mãos dentro do forno já com gás aberto.
Ela abriu o gás e Ele agachou-se para chegar ao piloto com um fósforo....não resultou.
Ele apertou um guardanapo de papel e voltou a tentar, enquanto o gás ia entrando.
A dado momento, deu-se uma labareda que o assustou, porque o fogo ateou o gás e Ela assustou-se também...

Ele, por sentir que o braço por pouco não se transformou em carne assada, disse foda-se!!!!
Ela, por sentir que o braço dele por pouco não se transformou em carne assada nada disse.... não conseguia falar, as lágrimas impediram...

Ele levantou-se e abraçou-a, mesmo com ela a chorar, mesmo com os braços inertes ao longo do corpo, mesmo olhando para o chão, mesmo só ouvindo soluços.
Ela sentiu que o mundo se ia acabar porque quase o feria.
Ele envolveu-a porque mesmo que ela o ferisse, nunca a abandonaria.
Não se falaram, não precisaram.
Não se declararam um ao outro, não era necessário.

Ela não conseguia imaginar a vida dela sem Ele, era insuportável demais....
Ele, quando se sentiu ferido, abandonou-a.

Os grãos de areia não sabem viver sozinhos, no entando, juntos, são virtualmente indestrutíveis.
Ela queria-o grão de areia mas Ele era rocha.

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