Monday, October 08, 2007

Volto a Isto

Ontem embati de frente com o que, supostamente, é a realidade.
Não gostei da cara dela... não a aceito, sequer, como tal.

Num revisitar de um passado que ainda é agradável, ouvi exactamente aquilo que achava que ia ouvir e vi exactamente aquilo que achava que ia ver.
O que me custou, além de outras coisas (apesar de menos do que o que eu pensava), é que as pessoas se contentam cada vez com menos e, pior que tudo, quando se conhece as pessoas sabe-se o que as elas querem, o que querem querer, o que lhes chega e o que querem que lhes chegue.

A dada altura, levei com um a paixão não é tudo, há muitas outras coisas.
Não é a afirmação que me deixou pregado ao chão, essa é, obvia e claramente, verdadeira, a questão foi a entoação da coisa.
No enquadramento, o que ouvi foi que há coisas muito importantes que a paixão.

Foda-se.... há?!
O que te faz querer ver aquela pessoa mais que as outras? As afinidades?
O que te faz ver aquela pessoa com um brilho intenso? O hábito?
O que te faz sentir falta, em especial, dos braços dela? A segurança?

Não.... pra mim não!!!
Na verdade, não é só pra mim que isso não chega, sei-o de algumas pessoas como o sei de mim.

Lembro-me de, há anos atrás, estar na praia com um amigo meu (um tipo na mesma onda que eu, com o mesmo sentimento de independência e de adoro fêmeas de todas as raças e credos) e ele, no meio de uma e outra palavra dizer-me:

Foda-se Phenris, a onde nós chegamos... não conseguimos parar de dizer o nome dessas duas!!
Tinha razão, apercebi-me disso depois...
Quando fiz o rewind da conversa da tarde, eu dizia de 3 em 3 palavras o nome do meu caso na altura e ele do dele.
Havia uma incontinência absoluta de dizer o nome dela, não era possível, sequer, falar de carros ou de futebol.

Anos depois, ouvi uma tipa, na televisão, dizer que sabia que estava apaixonada (ela e os que a rodeavam) quando não conseguia parar de dizer o nome da pessoa, quando todas as conversas acabavam lá... o que é muito estúpido mas reflexivo.
Tendo, hoje, a achar que talvez ela esteja certa....

Quantas vezes vi isso acontecer ontem? Zero.
Não, eu não posso acreditar que um dia me irá bastar ter companhia somente para combater a solidão.
Seria um dia muito negro aquele em que eu achasse que nada mais há a esperar do que o partilhar de contas e espaços.

Não quero ser inesquecível,
quero que nunca tenham tempo de me esquecer.

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