Thursday, June 02, 2011

Face Qualquer Coisa

As redes sociais!
A discussão das redes sociais, quando eu estou incluído nelas, é quase uma guerra de defesa pessoal (dos outros), uma luta pela diferença com que estas são encaradas por todos.
Antes de tentar explicar o que quero dizer com isto será útil dizer que sou um antigo dependente de redes sociais; fui dos primeiros dos meus amigos a entrar nestas coisas (bem pré Facebook) e a perder (a maioria das vezes) horas sem memória nisto. Enchi-me destas coisas quando percebi que os meus dedos passeavam muito mas muito mais que as minhas pernas.

Bem, voltando à coisa.
As redes sociais são antros de engate!
Esta minha convicta afirmação é causa de grandes indignações por parte de quem por lá anda mas, quando o ponto de vista é explicado (o que não farei agora porque não me apetece) a esmagadora maioria concorda comigo mas esta mesma maioria do mesmíssimo número diz que com ela é diferente.
Ora, como não somos parvos, sabemos que mentem; não é, pura e simplesmente, possível que a maioria absoluta que está lá para o engate seja a mesma que está lá por outras razões.

Isto leva-nos a ver-nos ao espelho.
É este o país que existe, o país em que preferimos ser aquilo em que acreditamos do que aquilo que realmente somos. Isto nunca poderá acabar bem. Não podemos viver nisto, não podemos acreditar que voamos porque o chão é muito duro, não podemos acreditar que somos mais altos porque não conseguiremos colocar o leite na prateleira.
Mas é por aqui que nos entra esta coisa das redes sociais. É a terra prometida! É um lugar em que somos mais bonitos (a melhor foto que temos é sempre melhor que a cara que encontramos no espelho quando acordamos), somos mais altos, somos mais magros, somos mais inteligentes (a wikipedia e o google são siameses) e muito mais interessantes (porque ninguém vê os Batanetes mas todos são fãs de Tolstoi).

Eu andava nas redes socias por dois motivos: primeiro para engatar gajas e segundo para escrever coisas.
O segundo apareceu bem depois do primeiro e foi uma "revolução" para mim, não porque tinha ou tenho alguma coisa de especial para dizer ou porque o faça com mestria mas porque escrever sempre me acalmou e permitiu ver-me como não permitdo que os outros me vejam e ainda porque sou desorganizado e assim tinha tudo mais ou menos junto.

Na verdade, este blog nasceu da mesma necessidade que tinha nas redes sociais e resultou da outra vertente, igualmente penosa, das mesmas: o que é o início de umas coisas é, na mesmíssima medida, o fim.

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