Desisti de ler a biografia do Ghandi. Prometeu mas não entregou.
Não sei exactamente porquê mas fiquei absolutamente desinteressado e, a espaços, muito desiludido e até irritado.
A resposta a esta reacção talvez se deva ao meu ambiente obviamente ocidental e à minha integração neste mundo que é o nosso, reconhecendo defeitos e virtudes e com a certeza que não o alterarei em grende medida.
Tenho uma aversão enorme a algumas coisas, ou melhor, não é às coisas em si mas aos que as tentam, a toda a força, vender. Entre estas irritações encontram-se o vegetarianismo, a religiosidade e a filantropia.
Posso parecer um psicopata por me sentir incomodade por estas coisas mas a verdade pura e simples é que sinto mesmo e não tenho problemas em admitir.
Não sei se já repararam (tenho a certeza que sim porque, eventualmente, só quem lá anda metido não repara) que há uma espécie de suberba nos indefectíveis defensores de qualquer uma daquelas coisas; não sei se já repararam que os vegetarianos, os religiosos e os filantrópicos - mormente quando se apresentam como um grupo ou uma instituição - se consideram seres humanos superiores aos outros, os omnívoros, os menos religiosos (reparem como nem disse ateus) e aos menos ou nada filantrópicos; o que se torna estranho é que estes conceitos, como os entendo, pregam exactamente o contrário: a igualdade, a fraternidade e o humanismo, uma espécie de revolução francesa imperfeita (e juntar franceses e soberba no mesmo pensamento nem é um exagero).
Voltando à biografia, direi que até certo ponto me senti absolutamente indiferente porque nada do que é descrito me soa, sequer, a familiar; depois começou a incomodar-me porque era Deus de mais, conselhos dietéticos de mais, verdades iluminadas de mais e ascese de mais; por fim irritou-me, parte mais decisiva que me fez desistir.
Quanto à irritação:
Tolero muitos tipos de pensamento e de prioridades mas a minha latitude não chega a todos.
Admiro quem ponha o interesse de outros à frente dos seus e se preocupe com o vasto todo o mundo mas já não tolero quem não distingue a família de tudo o resto.
Todos aqueles que abandonam os seus filhos por qualquer motivo que não os tenha no princípio, meio e fim como principal prioridade não terá nunca a minha simpatia. Não me cabe na cabeça que algo possa ser mais importante e não há racionalização que me possa convencer do contrário.
Quem não respeita o próprio sangue, para mim, não respeita coisa nenhuma e quem não respeita coisa nenhuma pode dar-se ao luxo de dizer e, até, acreditar, que respeita tudo.
Não sei exactamente porquê mas fiquei absolutamente desinteressado e, a espaços, muito desiludido e até irritado.
A resposta a esta reacção talvez se deva ao meu ambiente obviamente ocidental e à minha integração neste mundo que é o nosso, reconhecendo defeitos e virtudes e com a certeza que não o alterarei em grende medida.
Tenho uma aversão enorme a algumas coisas, ou melhor, não é às coisas em si mas aos que as tentam, a toda a força, vender. Entre estas irritações encontram-se o vegetarianismo, a religiosidade e a filantropia.
Posso parecer um psicopata por me sentir incomodade por estas coisas mas a verdade pura e simples é que sinto mesmo e não tenho problemas em admitir.
Não sei se já repararam (tenho a certeza que sim porque, eventualmente, só quem lá anda metido não repara) que há uma espécie de suberba nos indefectíveis defensores de qualquer uma daquelas coisas; não sei se já repararam que os vegetarianos, os religiosos e os filantrópicos - mormente quando se apresentam como um grupo ou uma instituição - se consideram seres humanos superiores aos outros, os omnívoros, os menos religiosos (reparem como nem disse ateus) e aos menos ou nada filantrópicos; o que se torna estranho é que estes conceitos, como os entendo, pregam exactamente o contrário: a igualdade, a fraternidade e o humanismo, uma espécie de revolução francesa imperfeita (e juntar franceses e soberba no mesmo pensamento nem é um exagero).
Voltando à biografia, direi que até certo ponto me senti absolutamente indiferente porque nada do que é descrito me soa, sequer, a familiar; depois começou a incomodar-me porque era Deus de mais, conselhos dietéticos de mais, verdades iluminadas de mais e ascese de mais; por fim irritou-me, parte mais decisiva que me fez desistir.
Quanto à irritação:
Tolero muitos tipos de pensamento e de prioridades mas a minha latitude não chega a todos.
Admiro quem ponha o interesse de outros à frente dos seus e se preocupe com o vasto todo o mundo mas já não tolero quem não distingue a família de tudo o resto.
Todos aqueles que abandonam os seus filhos por qualquer motivo que não os tenha no princípio, meio e fim como principal prioridade não terá nunca a minha simpatia. Não me cabe na cabeça que algo possa ser mais importante e não há racionalização que me possa convencer do contrário.
Quem não respeita o próprio sangue, para mim, não respeita coisa nenhuma e quem não respeita coisa nenhuma pode dar-se ao luxo de dizer e, até, acreditar, que respeita tudo.
1 Comments:
Também costumo me irritar com a falta de entendimento, mas tenho procurado não me render ao perigo disso, tenho evitado julgar aquilo que me é estranho. Concordo que os praticantes de uma religião, seita ou filosofia de vida agem com certa superioridade diante daqueles que não comungam das mesmas ideias e que isso é, no mínimo, paradoxal.
Mas também acredito que a minha falta de entendimento pode me levar a ser tão paradoxal quanto essas pessoas...
Abraço
Post a Comment
<< Home