Saturday, June 04, 2011

Não gosto de sentir que me tentam doutrinar e sinto-o por todo o lado.
Compreendo que é uma táctica mais legítima do que a imposição, pura e simples, de valores mas também a entendo como mais suja. Caso tenham algum tempo e alguma vontade passarão a encontrá-la em todo o lado, desde jornais a filmes, desde programas de televisão a livros.

A mais perigosa forma de sermos influenciados é por um desgaste que nem sequer sentimos. É muito fácil revoltarmo-nos contra alguém que dá uma palestra ostensivamente para um determinado fim com o qual não concordamos ou sentirmo-nos incomodados com um livro de reportagem ou de filosofia que defente um ponto de vista que nos desagrda.
O problema não é isto; o problema não são os vendedores de posições encartados; o problema são todos os outros vendedores que nos aparecem quase como amigos, aqueles que nos oferecem entretenimento virtualmente inócuo mas que está longe de o ser.

Reparem, por exemplo, nos filmes que nos atiram à cara, vezes e vezes sem conta, a história do final feliz no amor: como todos (mas mesmo todos) sabemos isto pura e simplesmente é falso! Todos já estivemos apaixonados(ou amamos) e a coisa correu terrivelmente mal e, se formos despojadamente honestos, a maioria absoluta vai reconstruir relações que por muito que funcionem são um remendo para "aquela que queriamos" e não funcionou.

Outra que nos vendem é a da felicidade em resultado da riqueza. Aqui, os filmes não estão sozinhos, estão muito bem acompanhados pela publicidade e por gente que ganha dinheiro a mostrar que tem dinheiro (mesmo quando não tem) e que por isso é feliz.
Gente, isto é uma falsidade!
Não serei eu a dizer que o dinheiro não ajuda muito! Sou muito materialista e nunca o poderia dizer. É sempre preferível ser rico; é preferível ser doente rico do que doente pobre; é preferível ser infeliz rico do que infeliz pobre.
O que digo é uma outra coisa! A partir de um certo bem estar (que está a kilómetros de se ser bilionário) não ficaremos mais felizes, o rácio € - felicidade deixa de funcionar.

O que, no fundo, quero dizer é que devemos ser críticos...não cínicos mas críticos.

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