Saturday, June 18, 2011

O número de tentativas de descrever o que se entende por amor e o que dele se pretende retirar e o peso do mesmo são demasiadas para se atirar um qualquer número.
No fundo, na minha opinião, a descrição ou a definição ou o que ele representa parte de onde parte tudo o resto: daquele que a diz ou que a tenta.
Por muito que tentemos ser objectivos, e eu sou dos que tenta mesmo, este nunca é um objectivo realista; quanto mais temos consciência desta limitação de não nos ser possível ver o que existe mas antes o efeito do que pensamos e vivemos sobre o que existe mais perto do ideal nos aproximamos mas, ainda assim, apenas nos aproximamos.

Quando penso nesta coisa do amor e do que ele representa e de como o podemos descrever ou encarar assolam-me partes de músicas, cenas de filmes e, muito reduzidamente, literatura ou poesia.
Porquê?
A explicação talvez não seja simples mas, para mim, as palavras, sozinhas, são pouco para me transportar ao que julgo sentir sobre o assunto; preciso de uma dialética de elementos, preciso de palavras e sons ou de palavras e imagens. Quando um dos elementos se encontra separado do outro, neste caso, parece-me exactamente isso: um elemento separado do outro.

Coisas que aos meus olhos - e ouvidos - são românticas: "Desafinado", "Chega de Saudade", "Samba e Amor", "Tive Sim" e "Acontece", "O Tigre e o Dragão", "Paris/Texas", "Dance Me to the End of Love", "Kramer vs Kramer", "Problema de Expressão" e, para não tornar isto demasiado exaustivo, a frase "I want you to notice when i´m not around" da Creep.

Quase tudo trágico, quase tudo com uma ponta (ás vezes mais) de desespero...porque quando não caminhamos e não queremos caminhar sozinhos a coisa é mais melódica, mais colorida mas infinitamente mais trágica.
Quando sentimos dependemos e quando dependemos estamos perdidos. Gostaria que fosse uma escolha mas não é; Gostaria que fosse mentira mas não é.

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