Relatividade
Infelizmente, há muita coisa com a qual não concordo mas, a bem da minha sanidade, tenho de aceitar porque existem e são o que são.
Em traços gerais, esta é a minha linha de pensamento para quase tudo: vejo o que lá está e não o que gostaria que lá estivesse (parece óbvio e claro mas, segundo me parece pelo que vejo e leio e aprendo, é uma linha, digamos, filosófica minoritária).
Aqui entra a relatividade.
Porque não me apetece falar de experiências pessoais, vamos falar, por exemplo, do Dr. House. Será igualmente claro ou pelo menos tão claro como se usasse um exemplo real e não me obrigará a andar por onde hoje não tenho vontade.
Ontem estava a ver um episódio antigo e, em traços largos, o Wilson decidiu dar parte do seu fígado a um tipo de quem era médico e amigo e, naturalmente, o House achou a maior das parvoíces (que, de facto, era). Ora, ao que parece, este tipo de operações são muito arriscadas e o Wilson pediu ao House que ele estivesse presente para, digamos, segurar-lhe a mão. O House recusou e quando questionado porquê respondeu:
"Porque se morreres eu fico sozinho..."
Em condições normais ou se fosse uma outra qualquer personagem de uma outra qualquer série estaria aqui (bem, não estaria mas pensaria) a troçar de algo como que homo-erótico ou que tinha sido uma meninice e tal... como se repara, não estou.
Olhando para a personagem e para a personalidade da mesma a frase que transcrevi teve o dom de me quase deprimir; pode parecer exagerado mas aquilo dito por aquele é das coisas mais tristes que ouvi, um desespero incontido por alguém que, pretensamente, não quer saber; um fatalismo cortante; um choro muito mais intenso do que se as lágrimas corressem de facto.
Isto incomoda-me.
Gostava que as coisas, bem como os sentimentos, tivessem um valor intrínseco e absoluto, que tivessem o mesmo peso independentemente do meio pelo qual nos chegassem mas a realidade é muito diferente. As coisas, e os sentimentos, surgem empregnados do odor daquele que as diz ou transmite, o seu valor é atribuído naquele momento.
Isto é triste.
É triste porque, assim sendo - e não tenho dúvidas de que é - a morte e a vida com tudo que pelo meio existe, não tem um preço único e, como nas mercadorias que compramos numa qualquer mercearia, é muito diferente o valor, por exemplo, do sorriso daquele que sorri incessantemnte e daquele que muito raramente o faz.
Em traços gerais, esta é a minha linha de pensamento para quase tudo: vejo o que lá está e não o que gostaria que lá estivesse (parece óbvio e claro mas, segundo me parece pelo que vejo e leio e aprendo, é uma linha, digamos, filosófica minoritária).
Aqui entra a relatividade.
Porque não me apetece falar de experiências pessoais, vamos falar, por exemplo, do Dr. House. Será igualmente claro ou pelo menos tão claro como se usasse um exemplo real e não me obrigará a andar por onde hoje não tenho vontade.
Ontem estava a ver um episódio antigo e, em traços largos, o Wilson decidiu dar parte do seu fígado a um tipo de quem era médico e amigo e, naturalmente, o House achou a maior das parvoíces (que, de facto, era). Ora, ao que parece, este tipo de operações são muito arriscadas e o Wilson pediu ao House que ele estivesse presente para, digamos, segurar-lhe a mão. O House recusou e quando questionado porquê respondeu:
"Porque se morreres eu fico sozinho..."
Em condições normais ou se fosse uma outra qualquer personagem de uma outra qualquer série estaria aqui (bem, não estaria mas pensaria) a troçar de algo como que homo-erótico ou que tinha sido uma meninice e tal... como se repara, não estou.
Olhando para a personagem e para a personalidade da mesma a frase que transcrevi teve o dom de me quase deprimir; pode parecer exagerado mas aquilo dito por aquele é das coisas mais tristes que ouvi, um desespero incontido por alguém que, pretensamente, não quer saber; um fatalismo cortante; um choro muito mais intenso do que se as lágrimas corressem de facto.
Isto incomoda-me.
Gostava que as coisas, bem como os sentimentos, tivessem um valor intrínseco e absoluto, que tivessem o mesmo peso independentemente do meio pelo qual nos chegassem mas a realidade é muito diferente. As coisas, e os sentimentos, surgem empregnados do odor daquele que as diz ou transmite, o seu valor é atribuído naquele momento.
Isto é triste.
É triste porque, assim sendo - e não tenho dúvidas de que é - a morte e a vida com tudo que pelo meio existe, não tem um preço único e, como nas mercadorias que compramos numa qualquer mercearia, é muito diferente o valor, por exemplo, do sorriso daquele que sorri incessantemnte e daquele que muito raramente o faz.
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