Saturday, March 28, 2015

ODEIO SEXTAS...

Talvez porque não goste particularmente de gatos, sou a antítese do Garfield, que odeia segundas-feiras, e o Garfield é a representação da maioria das pessoas e não apenas dos gatos para quem o dia da semana é indiferente...bem como os donos.

Desde que me lembro que assim é. Trabalhar às sextas-feiras é uma dor d´alma, daí optar muitas vezes por virar uns finos e outro tipo de coisas às quintas; as sextas estão quase sempre perdidas.

Talvez o problema seja que não encontro grande coisa para fazer ao fim-de-semana enquanto o sol se anda a mostrar;
Talvez seja porque durante a semana há menos de tudo durante o dia e prefira andar onde não anda mais ninguém, onde não há expectativa de algo de grandioso acontecer, que é quando, normalmente, acontece;
Talvez seja porque prefiro o que os outros não preferem exactamente porque não preferem.

De qualquer maneira, independentemente da motivação...odeio sextas-feiras. E agora odeio-as ainda um bocadinho mais...

És muito burro! Não entendo porque trabalhas ao fim-de-semana, não te pagam para isso!!

Não trabalho em prol de quem trabalho; trabalho porque ter demasiado tempo entre mãos leva a que tenha demasiado tempo para pensar e penso muito mais do que devia.
Enquanto estou ocupado, o perigo de me embrenhar no que não devo é incrivelmente maior.

Uma das cenas que li sobre o meu signo - faço-o como passa-tempo - indicava que nós somos ou muito activos ou então completamente amorfos. A minha experiência aponta no mesmo sentido e nada de bom advém de ficar amorfo, custou-me muito sair de lá mas nadinha lá chegar.

Odeio Sextas-feiras!

UTILIDADE

Sem sair, muito, do mesmo assunto, as minhas características são muito mais úteis em tempos de crise.
Se há problemas, se há doenças, se há confrontos, se há confusões, se há caos eu sinto-me muito mais em casa. Quando acontece algo que faz com que outros tenham problemas reais os meus parecem-me muito mais parvos - e muitas vezes são - pelo que redobro forças.

É mais um daqueles casos admiráveis visto de fora, o homem com a solução, homem que, sem rodeios, gosto de ser.

Nas relações mais perenes, contudo, isto tende a ser mais problemático...
Eu, como, suponho, todos, procuro a paz mas em tempos de paz não sei exactamente o que fazer; quando tudo está bem não sei o que fazer porque às vezes é preciso fazer nada e isso joga contra os meus pontos fortes.

Há uns tempos disse por aqui que sou mais homem de funerais do que de casamentos e houve estranheza. 
Como não pretendo ser pouco claro a respeito, não é que eu goste de funerais, sendo certo que não gosto de casamentos. O que se passa é que para festejar existem filas intermináveis de pessoas e eu não sou uma delas; está lá gente suficiente, não vou fazer nada além de papar conversa da treta.
Aos funerais as pessoas fogem por desconforto, desconforto que também sinto mas que é minimizado pela dor de quem perdeu. E se nos casamentos temos muitos a saudar, nos funerais precisamos de quem por lá esteja.

Quando precisam de mim, eu estou.
Quando me querem lá mas precisam menos, sinto-me menos obrigado.

Tenho problemas quando não me sinto útil. Quando a utilidade é discutível, o meu bem-estar pessoal assume toda a importância e se não quero não faço.

Partir Em Caso de Emergência.

PORQUÊ?

Não escapo a porquês.
Apesar de parecer, à primeira vista, um gajo do Carpe Diem, não sou. Preciso de sentido para tudo, preciso de entender porque sabendo o porquê temos mais facilidade com o como.

E o porquê é importante mesmo para quem não reconhece.

Se te dão menos do que queres porque não podem é diferente de não darem porque não querem;
Se estão chateados contigo porque sentem a tua falta é diferente de estarem realmente chateados contigo;
Se te levantam a voz porque estão com medo é diferente de te levantarem a voz para te intimidar.

O resultado é sempre o mesmo, ouço dizer, e não será errado assim pensar. Não penso coisa diferente quando as pessoas me interessam pouco ou quando passam a interessar-me pouco.
No momento em que preciso de me desligar regresso ao meu cerne utilitarista: é indiferente a intenção, apenas interessa o resultado!

O Porquê interessa ou quando gostamos de saber o que se passa por questões meramente lúdicas - o que também me acontece - mas interessa muito mais quando precisamos de interpretar para não perdermos o que não queremos quando outra pessoa não tem capacidade de entender o que aquilo que fez revela.

Ah, mas isso é perigosamente perto de ver aquilo que se quer em vez do que está lá.
É.
É um jogo perigoso.
É arriscado colocar as fichas em coisas que podem ser encobertas por um ângulo morto.

Odeio Sextas-feiras...não sei se já disse.
A minha parece ainda não ter acabado, apesar de já ser Sábado.

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