Sunday, March 15, 2015

Contrariamente ao Habitual, Ando Em Tentativas...

Não ajuda um gajo querer vir para aqui fazer uma qualquer coisa depois de ter encontrado a discografia mais relevante dos Radiohead em acústico e tê-la posto a rolar. 
Então, tira isso e vê se sai alguma coisa decente ou, sequer, alguma coisa! seria um avisado conselho mas quem consegue evitar ouvir High and Dry (que é o que rola agora) ou Fake Plastic Trees? Bem, muitas pessoas devem conseguir mas eu não sou uma delas.

Como aqui estou, contudo, vou forçar! Ando muito embrulhado para pensar o momento não é agora, fica para a próxima porque a minha insanidade não se dá a ser deixada à solta. A minha insanidade tem uma ligação directa ao bom-senso no sentido em que o consegue desligar e se, muitas vezes, o meu bom-senso não é lá grande coisa quando desligado... bem, vamos dizer que é a vitória do cérebro reptiliano.
(Paranoid Android)

Então,
o que se faz quando um nó amarra, no mesmo lugar, o pior dos pesadelos e aquilo que se quer mais do que é justo acontecer? Quando ambos os lados da moeda são iguais qual deles se deve preferir? Quando temos dois becos sem saída haverá um que deva prevalecer ao outro?
Realisticamente, parece que não é dada qualquer alternativa em nenhum dos cenários mas isso só acontece porque não encontro um cenário ideal e se não encontro um cenário ideal nenhum deles me serve.

Uma vez, o House embebedou-se (saudades do House?) e foi ter com a Cuddy a casa. Ela abriu-lhe a porta e perguntou-lhe o que estava ele lá a fazer. Ele mandou-a sentar-se e disse-lhe Tu fazes de mim um médico pior!! Vai morrer gente porque eu estou contigo! E eu não me importo...
Depois desmaiou no colo dela.
Nada era mais importante para o House do que ser inteligente, o mais inteligente, e um bom médico, o melhor médico, até aquele momento.
É disto que falo. Eram duas escolhas que ele tinha e ambas eram becos sem saída, potencialmente iguais mas que na realidade eram diferentes. Eram diferentes para toda a gente mas a ele soavam-lhe à mesma coisa.

Volta-se, assim, ao assunto de saber o que somos e o que queremos ser, o que parecemos e o que queremos parecer, o que no importa e o que não nos importa,
Quereremos muita coisa? Mais do que aquela que precisamos? Menos do que devíamos? Menos do que nos oferecem? Mais do que merecemos? Menos do que cremos dever aceitar? Muito pouco de muito? Muito de pouco?

Onde andavas tu quando eu andava à tua procura?
Estava noutro lado. Estava na China. Estava a fazer uma camisola de malha. Estava no maior buraco em que me encontrei alguma vez e de onde ando a sair aos poucos. Estava a malhar uma porca. Estava no bar mais próximo a amar álcool. Estava a salvar crianças de morrer à fome. Estava a dividir o átomo no meu laboratório caseiro. Estava a ler sobre física quântica. Estava a soletrar anticonstitucionalissimamente.
Destas resposta, uma delas é provavelmente verdade, em termos reais e palpáveis e duradouros mas nenhuma é a resposta.

A Resposta a esta questão, a que já tive de responder antes, é muito mais simples e sempre a mesma: Estava a evitar-te.
Se olhar para trás e quando digo para trás quero mesmo dizer isso, sem limites, para o início, para o momento em que ganhei consciência, sempre evitei encontrar-te. E quando digo encontrar-te não me refiro, necessariamente, a uma pessoa mas ao que essa pessoa me poderia trazer.

Sou muitíssimo corajoso em quase tudo. Raramente tenho medo e aprendi a vencê-lo no clássico enfrentá-lo. Muitas pessoas o dizem mas muito poucas o fazem. Sou capaz de evitar certo tipo de situações se entender que não me ameaçam realmente, que não beliscam o que acredito de mim mas o inverso é muito verdadeiro, também. Sou capaz de ignorar um gajo que me insulta no trânsito (sou capaz mas nem sempre, para não fugir à transparência) mas já não se estiverem 2 a fazê-lo, nesta situação saio do carro; sou capaz de ignorar um caniche que me ladra mas já não um rotweiller; sou capaz de ignorar uma ameaça vazia mas já não uma real.

Noutras situações sou muito menos corajoso (porque não quero usar o termo correcto).
Dou-me mal com a desilusão. Dou-me mal com o risco de me apagarem. Dou-me mal com a possibilidade de me fazerem cativo e querer assim ficar. Dou-me mal com a preocupação de ser menos para quem me é mais.
Por isso, onde estava? A evitar-te...

O que mudou?
Nada. Sou a mesma pessoa que (in)felizmente não te viu chegar. 
(I´m on a roll, I´m on a roll
This time, I feel my luck could change
Kill me ...., kill me again with love
It´s gonna be a glorious day
- Lucky, estava a dar agora)

Não queria estar noutro lugar, agora.
Não queria ser curado, agora.
Não queria não estar perdido, agora.
Não queria ser o que sempre fui, agora.
Não queria estar a salvar crianças, agora.

Portanto, à outra pergunta que se esconde na primeira mas que lhe é, provavelmente, igualmente relevante e que também já deve ter ecoado ou ecoa no vento que embala o pensamento, talvez mais como um sussurro de que uma voz forte e cristalina: Podia ter sido diferente?
Poderia. Se eu fosse outra pessoa.
Não poderia, eu não estaria aqui se as circunstâncias fossem outras. Eu não teria aparecido se tivesse percebido o que me poderia acontecer. Eu não me teria mostrado. Eu não seria aquilo que conheces mas uma outra coisa que é conhecida por toda a gente. Eu não existiria e isto não existiria.

Seria melhor se isto não tivesse acontecido?
Depende a quem se perguntar, eu acho.
Se me perguntassem antes, teria dito que seria melhor.
Se me perguntarem agora, não poderia dizer o mesmo ainda que sinta que o deveria fazer.

(I want you to notice, when I´m not around
 - Creep, estava a dar agora)

Parece-me que ainda cá volto, hoje.
Preciso de me manter ocupado.

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