Monday, April 13, 2015

RAPIDINHO

Self-Fulfilling Prophecy

É uma expressão de que gosto muito mas que tenho dificuldades em usar por não conhecer um tradução para o português que lhe faça justiça.
O conceito é este, em grosso: alguém faz uma previsão e, sem querer, faz com que ela se torne realidade (pode ser sem querer mas parece-me que nesse caso não se enquadrará).

Por exemplo:
Alguém diz a outra pessoa que isto não vai resultar, seja o isto qualquer coisa, e depois os seus padrões de comportamento fazem com que isto não resulte mesmo.
A pessoa que prevê pensa que acertou mas provocou o acerto, não foi um acto do acaso.
Quando, por exemplo, as agências de rating baixaram a cotação da dívida portuguesa porque previam que os juros da mesma dívida iam subir fizerem isso mesmo: previram a subida com um acto que os fez subir.

Dedicado

Como é bom de ver, tenho a ideia de me conhecer bastante bem e parece-me que, em larga medida, será verdade.
Por isso, é muito raro dizerem alguma coisa sobre mim que não tenha pensado anteriormente; é muito raro alguém me dizer que sou isto ou aquilo e não haver, da minha parte, uma ideia concreta sobre o acerto ou não do que é dito.

De vez em quando, sou apanhado de surpresa.
Ontem, disseram-me assim (parafraseando): Não há homens tão dedicados como tu.
Ora, nunca tinha pensado em mim nestes termos; dedicado nunca foi um atributo em que tenha, sequer, pensado.
Apesar de dito com a maior das boas vontades e carinho, senti logo como um insulto! Respondi, meio a brincar mas meio a sério, que preferia que me dissesse que era super sensual que dedicado, fazia-me sentir manso.

Como é mais forte que eu, fiquei a pensar nisto (como é mais forte e bom de ver, porque aqui está) e o que me parece, não excluindo que pode ser uma construção para fugir a um termo que não me agrada, é que, talvez, as outras pessoas sejam menos dedicadas do que deviam.
Eu não me vejo como tão dedicado que mereça tornar a característica como marcante.

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