Há uns dias disseram-me qualquer coisa como isto:
Não, preciso de sair do país para sentir que estou de férias...
Isto faz sentido?
Depende, não é?
É manifestamente mais impressionante colocar no FB que se está numa piscina em Biarritz do que no Alentejo.
Apesar de as palavras quererem dizer outra coisa, a verdade é que a própria da ida para o estrangeiro é mais uma exteriorização de sucesso do que outra coisa.
Ah, gosto de ir a lugares diferentes...também se ouve. E conhecer outras culturas.
Será que se conhecem lugares diferentes em regime de TI? O TI de Tróia é diferente do TI de Cuba? Tróia é diferente de Cuba mas será que o TI é?
Será que a piscina de Biarritz é muito diferente da do Alentejo? Biarritz, é. A piscina, será?
Eu viajo exactamente para conhecer outras culturas mas elas não estão a trazer-me mojitos enquanto me sento numa cadeira meia metida na água.
Não é que não seja fixe mas...
Bem.
Depois de ter e exteriorizar este tipo de pensamentos tenho vontade de me bater porque ouço um abraçador de árvores que não sou de todo...
O que se passa é que é-me difícil ouvir o que afronta a realidade...
Disse, não na mesma altura mas à mesma pessoa:
Não leves nada disto a mal. Não é um ataque ou uma ode à tua estupidez. Quem está bem adaptado ao meio és tu, não sou eu.
O ET não és tu, sou eu.
Ser sociável e dar valor ao que os outros dão - desde que com peso e medida - é uma das marcas d´água de uma comunidade...eu estou do lado de fora da janela.
Já achei óptimo ser o rebelde e, a dado momento, além de achar óptimo, achava que trabalhava para isso.
Sucede que eu não pareço rebelde, eu sou rebelde e, deixem que vos diga, eu queria querer estar dentro da casa e não à janela mas não quero e nem consigo.
É tudo muito chato e epidérmico e não há nada que me irrite mais do que a chatice.
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