Monday, November 07, 2016

Quando Já Está Partido...

Há coisa de um ano (pode e deve ter sido há mais mas não tenho a certeza), uma amiga ligou a dizer que precisava de falar comigo.
Descreveu-me os problemas - conjugais - que estava a ter. O mais recente destes problemas, em termos de o ter descoberto, era um ou dois casos que o marido tinha tido/estava a ter...terá sido a gota de água.
Ora,
durante os últimos anos tinham-lhe chegado dívidas de que não tinha conhecimento mas que estavam, também, em nome dela, nomeadamente cartões de crédito que desconhecia possuir.
Isto seria suficiente, certo?
Errado. O que, aos olhos dela, terá tornado a coisa insuportável foi o gajo ter fodido com outras gajas.

Disse-lhe isto:
Eh, pá, oh M, ele ter casos é irrelevante para o desfecho. Já devias ter saltado disto há muito tempo, ele andar com esta ou aquela não muda coisa nenhuma.

Tenho a certeza que, na altura como agora, tenho razão.
A infidelidade não interessa para nada quanto ao que teria de acontecer mas, infelizmente, somos todos a mesma coisa e a subjectividade não é irrelevante.

Tive um jantar, por estes dias, em que surgiu uma questão semelhante.
Foi-me dito, por uma terceira pessoa e não pela directamente envolvida, que ia apanhá-lo, porque tenho a certeza que ele anda a enganar a J. Nem que tenha de o seguir! e a minha resposta foi, mais ou menos, a mesma que anteriormente tinha dado a outra pessoa: O que me parece é que aquilo já está partido. Ele estar a enganar ou não não vai ter qualquer relevância. Vai estar fadado a azedar, independentemente de quanto tempo passar.

Enfim, não adiantará.
Para que não se pensasse que me acho uma espécie invulnerável a este tipo de parvoíces, expliquei que a J é estúpida como todos nós somos em circunstâncias semelhantes. Todos perdemos a esmagadora maioria dos neurónios e passamos a procurar respostas que não há e a imaginar cenários que não vão acontecer.
Se ele faz isto mais uma vez, está fodido! e, depois, não está;
Se ela me voltar a trair, nunca mais!! e, depois, não é nunca mais;
Se me voltar a aparecer uma dívida, acabou mesmo! e, depois, não acabou mesmo.

Somos todos estúpidos quando as estrelas se alinham nesse sentido.

E

Ontem vi The Secret Life of Walter Mitty e gostei.
Já tinha visto, quando saiu, a sinopse mas, na altura, não o fui ver.

Durante o filme, travei conhecimento com o Major Tom que, com pena e alguma vergonha, nunca me tinha sido apresentado.
Gostei muito porque - obviamente! - me revi no Major.


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