Dinheiro Sujo
Dinheiro ganho de forma dúbia ou ilegal?
Não.
Para mim, todo o dinheiro é sujo.
Poucas coisas me fazem mais confusão do que aparecer-se com qualquer merda ou ir-se jantar a qualquer lado e a primeira coisa que é alvo de questão é o preço.
O dinheiro não traz nada de bom.
É apenas um mal necessário.
Infelizmente, como acontece com tanta e tanta coisa, não posso ser completamente alheio do que me rodeia nem das regras que regem a sociedade e o Mundo onde fui plantado.
Também eu tenho de comer e também eu aprecio, por exemplo, viajar. Também eu gosto da minha máquina fotográfica e também eu gosto de dar presentes (a Ela e quase exclusivamente a Ela).
...mas é triste.
O que me dói ainda mais um bocado é o facto de ser o dinheiro que me proporciona o mais precioso dos bens: Liberdade.
Só a acumulação de dinheiro - com razoabilidade e não aos milhares de milhões - permite que possamos fazer mais do que gostamos e menos do que não queremos. Sem uma razoável acumulação de dinheiro não se pode mandar o Patrão foder e isso é muito triste...
Há uns dias, por causa da minha obcessão com fotografia e a pretensa melhoria de qualidade das merdas que faço, disseram-me devias ganhar dinheiro com isso.
Respondi: Não sei se quero e, ainda pior, eu não sei ganhar dinheiro.
Ambas as afirmações contidas na minha resposta são verdadeiras.
Não sei se quero porque sendo pago por qualquer coisa sinto-me na obrigação de satisfazer aquilo para que me pagam, independentemente do que seja;
Não sei ganhar dinheiro porque não gosto de dinheiro e tenho uma dificuldade imensa em fazer o que quer que seja que não goste.
Há uns anos, tinha uma ocupação de sonho:
Uma gaja precisava que lhe fizesse umas coisas dentro da minha área profissional mas não que contactasse com ninguém além dela e mesmo com ela a coisa era tratada por E-mail. Eu recebia o pedido que vinha de um qualquer cliente; analisava, resolvia e respondia e ela encaminhava o resultado para onde tivesse quer ser.
Além disso, conhecia e confiava há muito nessa gaja, pelo que não estabelecia preço.
Em termos profissionais, é a minha ideia de paraíso.
Sentado em frente ao computador a receber e enviar comunicações escritas que eram remuneradas - eram bem remuneradas, diga-se - sem ter de estabelecer preço.
Honestamente, só queria ser rico para não querer saber de dinheiro.
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