Monday, July 31, 2006

Luzes

Desconheço a insegurança que faz com que as pessoas se coloquem no lugar do astro rei sem para isso fazerem nada.
Admiro a perseverança de quem quer, de uma qualquer forma, ser o centro universal dos acontecimento.
Na verdade, admiro e repugno.
Nos escritos "neteiros" sempre houve uma coisa que constatei e que comecei por detestar e, por fim, passei a preocupar-me:
"Eu sou aquilo que digo e o que digo é perfeito!"
Só a mim soa a estranho o imenso mundo de bem querer e de virtude que se vive nas ondas cibernauticas?
Só a mim causa estranheza a incapacidade de assumir defeitos e incorrecções (não falarei de fraquezas porque também não as assumo...ou não as tenho eheheh)?
Não é a primeira vez que esta questão me assola e nem é a primeira vez que sobre ela escrevo.
Das outras vezes que coloquei este assunto em aberto a resposta mais comum foi que:
"aqui somos o que queremos ser e de amarga chega a vida!"
Sou, definitivamente, a encarnação de belzebu, por vezes o anti cristo mesmo.
Não percebo o que se ganha quando se destila um churrilho interminável de inverdades antes de dormir, o estado de dormência beneficia quem lá está para se alimentar das fraquezas...e fraqueza nenhuma é combatida antes de descoberta por quem dela padece.
Eu gostava que a fome acabasse e que houvesse paz no mundo, no entanto, não é a primeira nem a segunda e, provavelmente, nem a 5ª coisa que me passa pela cabeça quando me perguntam "o que é que desejas neste momento?".
A simpatia global pelas coisas que eu quero e pelas ideias que eu defendo e pelas posturas que assumo e pela minha visão maniqueista da vida nada me interessa.
Não venho para aqui, nem para qualquer lugar, dizer que a vida é maravilhosa e que o sol nasce para todos e que amanhã é outro dia e que tudo vai correr bem.
A vida tem momentos maravilhosos, o sol às vezes tá encoberto por nuvens, amanhã é outro dia que provavelmente será igual a este e dificilmente tudo vai correr bem.
Não, não sou depressivo.
Não, não sou pessimista.
Não, não me preparo para arder nas chamas do inferno.
Sou assim desde que acordo até quando me deito e isso inclui estes momentos em que escrevo.
A história de que "uma mentira mil vezes repetida passa a verdade" resulta, e de que maneira, para a plateia que te vê quando passas na rua.
Uma mentira mil vezes repetida para o teu âmago nunca vai deixar de ser mentira!

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