E o Mistério Nunca o Foi
Não tenho prazer algum na minha incapacidade de manter um relacionamento.
Não tenho prazer algum em não ter a força de ser fraco.
Não tenho prazer algum em fazer uma lista de supermercado com nomes casuais e aleatórios.
Não tenho prazer algum em não ver brilho algum na escuridão.
Poderá parecer muito facilmente que sou assim porque decidi.
Não me é estranho que seja confundida a minha aceitação de mim mesmo com orgulho em percorrer as calçadas da forma que o faço.
A verdade, no entanto, é outra.... Eu quero pra mim a casa no campo com a minha mulher, os meus 5 filhos e o cão de estimação.
Sinto-me impelido para a frente e é por isso que não consigo manter nada nas mãos.
Não me sinto, sequer, no direito de exigir a uma mulher que tenha paciência e especialmente talento para me segurar ao lado...até porque isso pode ter mais de maldição do que de benção.
Não se pode fazer o rio correr para a fonte...e a mim também não.
Estou naquilo a que se pode chamar um beco sem saída.
Não tenho força pra ceder e não encontrei quem tivesse força para me vergar.
Um dia vai acontecer....e se não acontecer, foda-se, fico sozinho e não infernizo ninguém além das enfermeiras.
Se me sinto parado cortam-me os cabelos e ao contrário dos do Sansão, os meus não crescerão novamente.
Eu quero a porcelana delicada que o tufão não consegue quebrar.
Eu quero a voz doce que uma manada de elefantes consiga parar.
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