Saturday, November 12, 2011

1 de Tristeza, 2 de Revolta, 3 de Reconforto

1
Encontrei-me, há uns dias, com um conjunto alargado de amigos ou conhecidos, já não sei dizer exactamente (ainda que "amigos" me pareça forçado porque este nunca é um "conjunto alargado").

Sabem, há muitos de nós, talvez com maior incidência no mundo feminino mas em vias de se equilibrar) que entendem o passar do tempo como inimigo. Incomoda-nos que as ressacas demorem mais a passar, que uma directa seja cada vez mais difícil de encarar, que as rugas apareçam a velocidades cada vez menos recomendáveis...enfim, um sem número de efeitos visíveis.
A mim, em particular, o passar do tempo incomoda-me porque se perdem afinidades, porque os trilhos se multiplicam, o que nos faz andar mais sozinhos, que quem tínhamos por muito interessante já não o é, porque com os minutos foram-se os abraços.

Insisto, não sou saudosista e não venero ou pretendo o regresso do passado...mas quando me confronto com esses dias idos vem-me um sabor a azedo. Temos e devemos de andar mas não me agrada embater nesta evidência porque, quase sempre, é uma fonte de desilusões.

2
O pessoal, por aqui, vai venerando Abril e querendo que se faça outro.
Ok, vamos esquecer que foi esse mesmo Abril que nos trouxe a esta posição de joelhos e vamos esquecer não porque Abril, o mês, mereça qualquer bad rep por si só mas porque é evidente que era necessário. Só não era necessário que Maio fosse como fosse.

Ora, aparecem de debaixo das respectivas pedras (de que muitas saudades tenho) dois tipos de Abril, dois dos Capitães.
Para quê?
Para apelar a que os militares tomem as rédeas, para que se faça um golpe de estado.
Não me alongarei muito sobre estes miseráves inergúmenos porque tenho medo de devolver o pequeno-almoço que tomei há pouco mas direi isto: ODIOSOS, MISERÁVEIS E RIDÍCULOS!!!

São estes os "filhos de Abril" e ainda há quem deles tenha saudades.
Portugal não merece e eu também não.

3
Bem, este reconforte vem salpicado de alguma amargura.

Embora eu entenda que o tempo não regressa e, novamente, nem eu quero que regresse, não gosto desta coisa da música em MP3 e semelhantes.
Porquê?
Olhem, eu quando compro um CD ganho-lhe um verdadeiro carinho. Primeiro porque pago por ele (excessivamente, é certo) e Segundo porque fico com o objecto que me dá prazer ter nas mãos e ler.

O pior desta vaga de música de borla, porém, pra mim, é que se tornou demasiado descartável e, por isso, deixou de representar, verdadeiramente, arte...mesmo para quem, de facto, a faz.
Conheço milhares de gajos que têm um infindável número de CDs que não ouviram. Têm porque não os pagam e se andam ali "um gajo apanha".
Está-se a perder a magia da admiração, o tempo de maturação que algumas coisas (as melhores) demoram a assimilar, o prazer de ir embora durante mais do que 10 segundo.

Isto, que colocarei agora, não sei como resistiria e reagiria hoje e correr-se-ia o risco de nunca ter um vislumbre de paraíso.
Enjoy:

http://www.youtube.com/watch?v=GbKlvWvpD2g

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