Cultura
Não será uma análise ou reflexão sobre o que é cultura e o que dela está excluído. Não duvidando de que é uma discussão muito interessante, parece-me, agora, secundária.
Hoje em dia, andamos todos em alvoroço pelos imensos cortes que por aí se andam a fazer. É a saúde, é a subida do IVA, são os cortes nos salários e outros benefícios do estado social...enfim, é uma linha que corta em toda a ordem.
Uma das medidas tomadas foi o corte ou a diminuição de apoios estatais à cultura (sim, os puristas não concebem o mundo em que expressões culturais têm de se sustentar porque o dinheiro é "mau"...desde que sirva para finalidade diversa de sustentar os próprios) e o aumento do IVA de 6 para 23%.
A indignação é completa, como não poderia deixar de ser, porque isso vai tirar espectadores (obviamente) e porque vai fazer regredir Portugal para o pré-salazarismo (sim, o fenómeno teatral não é um fenómeno localizado mas antes massivo!! Claro...) e vai tirar o emprego a muita gente.
Passando ao lado de algum exagero, concordo com todas as críticas feitas, são mais do que justas...o que acontece é que são, como direi...parvas no momento actual.
Gosto muito de cinema, música e literatura, por exemplo, mas gosto mais de ter luz em casa e de ter uma batata para comer.
Se querem saber, podiam aumentar os preços na cultura ainda mais se não mexessem nos preços da electricidade. Sim, eu sei que uma coisa não está ligada à outra, directamente, mas neste momento parece-me pertinente distinguir o essencial do acessório...e a cultura, por muito que dela gostemos, é acessória ao mínimo digno de sobrevivência que se encontra, também ele, ameaçadíssimo!
Poser-se-á dizer que a história não é escrita com base em gajos como eu mas antes em visionários e artistas e tipos que vêm muito mais longe e seguramente não será um erro. Reconheço a minha limitação utilitarista ou imediatista ou, como gosto de lhe chamar, realista.
O que acontece é que, em virtude desta minha ligação à terra e à carne é virtualmente impossível convencer-me de que não há uma escala a respeitar ou que essa escala não parte da simples existência para tudo o resto. Existir é pouco, concordo, mas sem existir fica mais difícil pensar, escrever, pintar e, até, dançar!
Quando se luta pela sobrevivência prescindimos do que não precisamos e, em última análise, se necessário for, nem sequer precisamos de todos os dedos...
Hoje em dia, andamos todos em alvoroço pelos imensos cortes que por aí se andam a fazer. É a saúde, é a subida do IVA, são os cortes nos salários e outros benefícios do estado social...enfim, é uma linha que corta em toda a ordem.
Uma das medidas tomadas foi o corte ou a diminuição de apoios estatais à cultura (sim, os puristas não concebem o mundo em que expressões culturais têm de se sustentar porque o dinheiro é "mau"...desde que sirva para finalidade diversa de sustentar os próprios) e o aumento do IVA de 6 para 23%.
A indignação é completa, como não poderia deixar de ser, porque isso vai tirar espectadores (obviamente) e porque vai fazer regredir Portugal para o pré-salazarismo (sim, o fenómeno teatral não é um fenómeno localizado mas antes massivo!! Claro...) e vai tirar o emprego a muita gente.
Passando ao lado de algum exagero, concordo com todas as críticas feitas, são mais do que justas...o que acontece é que são, como direi...parvas no momento actual.
Gosto muito de cinema, música e literatura, por exemplo, mas gosto mais de ter luz em casa e de ter uma batata para comer.
Se querem saber, podiam aumentar os preços na cultura ainda mais se não mexessem nos preços da electricidade. Sim, eu sei que uma coisa não está ligada à outra, directamente, mas neste momento parece-me pertinente distinguir o essencial do acessório...e a cultura, por muito que dela gostemos, é acessória ao mínimo digno de sobrevivência que se encontra, também ele, ameaçadíssimo!
Poser-se-á dizer que a história não é escrita com base em gajos como eu mas antes em visionários e artistas e tipos que vêm muito mais longe e seguramente não será um erro. Reconheço a minha limitação utilitarista ou imediatista ou, como gosto de lhe chamar, realista.
O que acontece é que, em virtude desta minha ligação à terra e à carne é virtualmente impossível convencer-me de que não há uma escala a respeitar ou que essa escala não parte da simples existência para tudo o resto. Existir é pouco, concordo, mas sem existir fica mais difícil pensar, escrever, pintar e, até, dançar!
Quando se luta pela sobrevivência prescindimos do que não precisamos e, em última análise, se necessário for, nem sequer precisamos de todos os dedos...
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