Monday, April 15, 2013

Anarquia

A primeira vez que me lembro de ter tido contacto com o termos "Anarquia" foi na época da faculdade quando conheci uma gajo que era anarco-sindicalista e achei-o uma besta, o que se veio a confirmar na altura como depois, quando ele passou de anarco-sindicalista para a Direita.
Esta é a primeira de que me lembro mas não o foi seguramente. Já na altura tinha conhecimento do termo e até do símbolo usado pelos seus defensores, aquele A com um círculo em volta.

A maneira como terei sido apresentado ao Anarquismo não deve ter sido positivo porque, como a maioria das pessoas, liguei-o ao descontrole e caos. Na verdade, mesmo quem defende o anarquismo, mormente entre o pessoal mais novo, tem a mesma ideia  e é essa mesma ideia revolucionária e radical que se torna atractiva.
Não gosto do caos, embora viva bem na sua envolvência, por isso nunca aderi a este género de posições políticas.

Mais recentemente a minha visão da Anarquia mudou, muito por culpa do Chomsky, esse anarca.
Naquilo que apreendi da Anarquia do Chomsky a coisa tem muito mais que ver com o questionar da autoridade e não meramente o seu desrespeito; uma coisa do tipo por que hei-de seguir as regras e indicações e não não seguirei as regras e indicações.
Desta Anarquia eu gosto e tem a vantagem de nos mostrar, se com ela perdermos algum tempo, que tudo é construído em papel. Quero com isto dizer que as coisas são o que são e valem o que valem porque acreditamos nelas de uma determinada maneira.
Em suma, o dinheiro é um papel ao qual atribuimos um valor que não tem, o Estado é apenas Estado porque acreditamos nele como tal e se deixarmos de o fazer ele deixa de o ser e as leis regem-nos porque aceitamos que o façam e quando esvaziadas de crença perdem todo o seu conteúdo.

Este caminho é doloroso mas muitíssimo interessante.
Tem uma imensa vantagem que consiste em ver o policromático apesar de nos apresentarem essa miríade de cores como monocromatismo.

Não estou pronto para entender o Anarquismo como exequível em termos organizacionais (que é possível, o Anarquismo não é desordem, é apenas uma profunda alteração à ordem actualmente instituída) mas como exercício teórico é uma indubitável mais valia.

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