Away We Go
Um dia destes apanhei este filme pela frente. Tarde e a más horas, como é habitual na TV nacional que prefere apresentar filmes de merda a que apelida filmes para a família aos sábados ou domingos à tarde.
Este, se bem me lembro, começou pelas 2 da manhã de um dia de semana.
Em suma (muito suma) é sobre um casal em que a mulher está grávida e eles estão meio perdidos, tanto pela pressão de virem a ter um primeiro filho como pelo facto, demasiado conhecido, de não estarmos em dado momento da nossa vida no lugar onde havíamos imaginado.
É um filme sobre vida e nada é mais interessante que isso. Nem monstros nem mundos pós-apocalípticos que têm a desvantagem de nunca acontecerem (como 2001 - Odisseia no Espaço, por exemplo. 2001 chegou e vazou e nada. Podia dizer o mesmo do Mad Max mas não me recordo em que ano a narrativa - pumba, narrativa! - terá ocorrido). A vida, pelo contrário, está sempre a acontecer.
Mais engraçado ainda é o facto de a vida se repetir em todos nós. Não necessariamente da mesma maneira, não necessariamente com a mesma cronologia e não necessariamente com o mesmo impacto porque este é subjectivo. Mas acontece a todos!
Todos conhecemos ciúmes, todos conhecemos amargura, todos conhecemos tristeza, todos conhecemos desapontamento... por muito especiais que sejamos ou que julguemos ser, são pontos comuns, objectivamente, que depois são valorados de forma diferente, subjectivamente.
Ainda dentro desta temática, passei ontem por um programa que comemorava o fim da novale Guerra dos Sexos (o remake da anterior de há 30 anos atrás) no Brasil. A novela foi escrita, a original e a recente cópia, pelo mesmo autor e, a dado momento, ele disse que lhe perguntaram se fazia sentido, hoje em dia, uma novela sobre a guerra entre sexos ao que ele respondeu que obviamente que sim, ela não desapareceu só se maquilhou.
Ele pensa mais ou menos o mesmo que eu e muitos outros, seguramente.
No caso da guerra entre os sexos, por exemplo, ela não acabou e não acabará. Pode mudar, e mudou, pode ter outros temas em virtude do avançar dos tempos, e tem, pode, até, parecer que já não existe, mas existe.
A vida é muito mais interessante que a ficção, mesmo quando ficcionada.
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