...e a saga continua...
Os dias passam mas continua a não haver o mínimo de algo diferente de extremos que não se tocam. E o pior nem sequer é, exactamente, isso; o pior é que nem sequer são tão extremos quanto isso mas temem que nós, o povo, tenhamos dificuldade a distinguir nuances.
Por exemplo:
eu tenho muito dificuldade em distinguir um cavalo do outro. Assim, uma diferença subtil, mesmo que fundamental, não é suficiente para que os possa identificar.
Parece-me que é mais ou menos isto que se passa. Os gajos que discursam têm medo de que se não disserem algo completamente diferente não os consigamos distinguir.
Sou um espectador assíduo do Medina Carreira (especialmente quando, como nas últimas duas semanas, aparecem pessoas de quem nunca ouvi falar e que têm coisas diferentes a dizer sobre os assuntos de que ouvimos falar todos os dias) mas não concordo sempre com ele. Ou melhor, não concordo sempre com a abordagem que ele apresenta.
Porque continuo a ver?
Eu acho que o Medina Carreira é um gajo com bom senso mas é forçado, pelas circunstâncias, a apresentar-se como alguém que apenas vê cifrões.
Ou seja:
num país em que tudo são achismos e enormes palavras sem nada (quando alguém vem dizer que quer baixar o desemprego ninguém vai discordar mas se não apresenta qualquer solução eu podia fazer o mesmo que ele, eu e qualquer outro) o Medina vê-se forçado, por causa desse bom-senso, a ser cru e despojado de ideologia ou distopia. Roubaram-lhe a possibilidade de teorizar porque não lhe permitem, nem ele quer, imagino, ser mais um.
E assim, o extremo volta a roubar o bom-senso: para contrabalançar um extremo nasce outro e por aí adiante.
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