Moralismos
Há uns tempos li um livro sobre sociedades secretas, mormente sobre a Maçonaria. Não é o tipo de coisas que faça com frequência porque acho o pessoal das teorias da conspiração uns pirados cujo ADN deve ter vestígios de LSD.
Ainda assim, a moral do livro e da história que lá foi contada é a de que quando se chega suficientemente alto naquela organização é revelado que aquilo tudo é um embuste e que Deus não existe.
Ora, a Maçonaria, como as religiões organizadas, têm mais ou menos o mesmo escopo psicológico: o controlo do rebanho com um ilusório chicote que produz o efeito placebo de doer sem que, efectivamente, exista.
Nada disto é novo mas quando tomamos disso consciência parece estar em todo o lado.
Se olharmos para acontecimentos isolados começaremos a ter noção do que é a fachada e do que é o interior.
Por exemplo:
Na altura da campanha contra o aborto, a maioria daqueles que se lhe opunham pareciam ser da classe alta. Exactamente aquela que não tinha problemas de fazer o contrário do que pregava além fronteiras (e isto não é de ouvir dizer. Era, grosso modo, a mesma classe que pregava ou prega os bons costumes mas que se perdia em cenas como o Ballet Rose. Até porque eram os únicos que podiam frequentar o lugar.
Mas não fica por aqui.
São também as classes altas que iniciaram a festarola da cocaína; foram estas que desenvolveram as orgias e a própria homossexualidade foi, em privado, amplamente aceite nestes círculos.
Os bons costumes estão mais em baixo.
O pessoal mais acima usa-os como arma ou exemplo que não seguem porque se sentem (sempre se sentiram) acima do bem e do mal; a moral é uma coisa incutida a seres inferiores, parece-me ouvir.
É, por exemplo, espantoso que o Papa tenha falado em on do lobby gay no Vaticano. Não é espantoso? Os horríveis sodomitas com um lobby no Vaticano? Apareceu ontem? Apareceu há uma semana? Quantos deles não sobem ao púlpito para condenar a homossexualidade mas depois vão dar o rabo?
Detesto moralistas.
Há uns tempos, foi perguntado a um gay que estava a lançar um livro o que ele achava da política de não uso de preservativo por parte da Igreja Católica. Ele respondeu que enquanto os acólitos forem todos do sexo masculino a Igreja não mudará a sua política.
Quanto ouvi isto tive aquela reacção de mal estar entre o riso e o esgar de dor mas, ainda que tal tenha sido uma piada, não deixa de estar a meio caminho entre a realidade e a ficção.
2 Comments:
Pena é que não tenha lido sobre o Opus dei
ha de acontecer.
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