Anarquismo
Descobri o Anarquismo por intermédio do Chomsky. Não que desconhecesse o termo e uso termo porque, apesar de pensar o contrário, nada sabia sobre o movimento.
Achei, e acho, tão interessante que estou, agora, a ler um livro que conta a história do Anarquismo até aos nossos dias. E vou ler todo apesar de saber que não refere Chomsky, o que me parece triste mas não podemos ter tudo a toda a hora.
Não vou aqui dissertar sobre o Movimento em questão nem as suas raízes nem a sua importância para o desenvolvimento de Movimentos e Direito que são hoje sobejamente conhecidos.
Não vou, sequer, insurgir-me contra a ideia, que também era a minha, de que são todos um bando de mentecaptos selvagens.
Não. O que me interessa, neste momento, vem no seguimento do post anterior.
O problema com que os anarquistas se confrontaram ao longo dos tempos e que me parece nunca poder ser ultrapassado é a Realidade. A Realidade deu e dá cabo dos anarquistas como deu cabo do Gaspar.
É extremamente interessante nós vermos que, independentemente da nossa filiação ou não religiosa, somos impregnados pelo conceito de pecado-castigo. A lei é pecado-castigo. A Troika é pecado-castigo. E é contra este tipo de coisas que os anarquistas se insurgem. A ideia de que o Homem é inerentemente mau (a que nos rodeia a todos...daí o castigo) e a de que o Homem é inerentemente bom (dispensando assim a trela da lei porque tudo que fizesse estaria de acordo com a sua consciência).
Por princípio, eu acho que o Homem é inerentemente bom...mas depois a realidade dá cabo de mim...
O Homem inerentemente bom não passaria por Guerras Mundiais ou admitiria a chacina de outros Homens bons; o Homem inerentemente bom não sacrificaria o seu par por um LCD maior.
Por outro lado, o Homem inerentemente mau não roubaria para comer se não precisasse; o Homem inerentemente mau não negligenciaria a sua família se tivesse outra forma de prover por ela.
É aqui que o Anarquismo e outros regimes...vamos chamar-lhes pretensamente iluminados se espalham ao comprido.
A Realidade diz-nos que somos tudo.
A Realidade diz-nos que o tipo que dá uma esmola é o mesmo que depois pode matar a família.
A Realidade diz-nos que o tipo que lava os pés aos desafortunados é o mesmo que depois vai violar crianças.
A Realidade não é unívoca pelo mesmo motivo que o Homem também o não é.
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