Saturday, July 13, 2013

Um Mundo Inteiro de Ressabiados

Como muitos, ouvi o PR a falar ao País esta semana e quando, eu como muitos, também, esperava uma coisa parecida com a aceitação do novo elenco governativo...apanhei um choque completo.
Depois disso já muitas interpretações ao que foi dito pelo PR foram feitas e a maioria delas, quando acham isto tudo muito bem, bastantes rebuscadas para evitar replicar, com eficiêcia, o que foi dito.

O que eu ouvi e pensei foi mais ou menos isto:
Foi uma barafunda de afirmações. A afirmação de que o Governo está em plenitude de funções é absurda porque, primeiro, não sabemos que Governo é esse a que Cavaco se refere e, segundo, um Governo com prazo de validade anunciada é, quer se queira quer não, um Governo de gestão e isto não se coaduna com plenitude de funções.
Depois, Cavaco não terá aprendido com Teixeira dos Santos que quando se dá uma meta específica, um número específico, uma data específica, esta torna-se um alvo. Teixeira fê-lo com os 7%. O Governo dos EUA fê-lo com o aumentar de número de assinaturas necessárias para que a Casa Branca se pronunciasse quanto a petições. A gaja que vendeu a virgindade fê-lo ao estipular um valor.

Há ainda que ter em atenção a falta de coragem e o espírito mesquinho e vingativo do PR.
Prevendo alguma (eufemismo óbvio) dificuldade para que PS se junte, de alguma forma, ao PSD e CDS teve a ideia de falar de uma qualquer figura, etérea, de grande prestígio para ajudar as negociações. O último nome de que se terá lembrado foi o próprio e isto não terá sido por modéstia. Obviamente!
Mesquinho e vingativo porque se vingou daquilo que lhe fizeram. Foi, evidentemente, degradante a cena da entrevista antes do entronamento da nova Ministra das Finanças e ele aproveitou, agora, para tentar aniquilar Portas e Coelho. O primeiro um ódio antigo (e recíproco) e o segundo um ódio recente (e, também, recíproco).
Não me entendam mal. Não é que eles não mereçam. Não é que não tenham sido de uma falta de lealdade imensa com o PR. Nada disso. Agora, quando se pede às crianças que cresçam é preciso dar o exemplo...mas Cavaco nunca foi homem para isso.

Por fim, há que ter em conta o reverso da atitude.

Vamos imaginar que, agora, o Governo apresenta uma moção de confiança (nisto, o PR teve sorte porque vai ser apresentada uma moção de censura). O que faria o PR perante um Governo re-legitimado?
Vamos imaginar, também, que na moção de censura a apresentar contará com o voto favorável do PS? O que faria, então, o PR?
Vamos imaginar que o plano corre exactamente como pretendido. PS, PSD e CDS juntam-se num ménage. Quem vai fazer a oposição a solo? Absolutamente a solo? O que fará o PR quando formos assaltados pelos comunistas?

A mim parecia-me óbvio que teria de haver eleições depois da saída da Troika. Se fossemos adultos e sofisticados (talvez como os Irlandeses...) teria havido um acordo, sigiloso, nesse sentido.
Caso o parágrafo anterior fosse tornado realidade, aceitaria o Governo que me apresentassem (podia fazer-me difícil e tal mas aceitava) e protegia a existência de uma oposição moderada.

Mas isso sou eu.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home