Saturday, July 20, 2013

Porquê, Seguro?

Ouvi o Seguro, ontem, e como se previa (ainda que não pelo novo mago da governação José Gomes Ferreira) não foi possível chegar a acordo. Era evidente. Era óbvio.
O PS não aceitará o papel de bad cop antes de ganhar as eleições. Em que planeta se pensava que iam apoiar o corte de 4.7 mil milhões (ou outro parecido)?
O Seguro, ainda que domine a máquina partidária, como se provou com o caso Costa, não é líder que se apresente a fazer face aos jovens turcos Socialistas; aos tipos que continuam, desavergonhadamente, a defender Sócrates, onde se inclui o próprio.
Por via das dúvidas, os Soares, Alegres e Sócrates do PS avisaram que ia haver uma cisão (expressão com graça, quando sai da boca do Soares) e que a assinatura de um acordo ia ajudar o PCP e o BE (o que é verdade).

Ah, como me sugeriram o Seguro e mais uns quantos badamecos do PS fui ver a cena apresentada e deu-me vontade de rir: qualquer pessoa que já tenha participado numa negociação de qualquer tipo entende que as propostas eram fogo de vista eleitoral. Revelam uma posição que não permite qualquer aproximação. O acordo com a Troika prevê cortes (acordo assinado, em primeira mão, pelo PS) e o PS apresenta medidas de aumento de despesa e recusa qualquer corte.
Parvoíces da política nacional e uma tentativa activa de nos chamar a todos de parvos.

Só em nota de roda-pé, será útil juntar a estas apreciações a Esquerda nacional:
1) O BE faz um número de circo ao dizer que queria reunir com o PS para pensar numa governação à Esquerda quando o PS está a negociar com a Direita. Previsivelmente, num número de circo a que só faltou o diablo, saiu da reunião a dizer que o PS estava na cama com o Governo. Evidente, bafiento e clássico.
2) O PCP finge que se aproxima do BE quando precebe que existiria uma hipótese de que a oposição viria a ser assegurada apenas por Comunistas. Parvoices.

Sobra-nos, como previ, o Presidente da República.
O que vai fazer, agora, Cavaco?
O seu Magistério de Influência falhou rotundamente e com estrondo.
O PR volta a ser um espantalho a quem ninguém ligou e, em abono da verdade, neste caso nem sequer podia ligar.

Depois desta palhaçada em que ninguém fica bem, suponho que o PR vai aceitar a proposta de alteração do Governo apresentada pelo Primeiro-Ministro numa versão revista de Cavaco e o Rabinho Entre as Pernas.
Deitou gasolina da fogueira; empatou-nos mais uma semana; foi para as Selvagens de onde não deveria ter voltado (nem ele nem o Alberto João) e agora...vai fazer o que se recusou a fazer há uma semana.

É mais um irrevogável.

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