Thursday, July 18, 2013

WARP Speed

Há uns dias encontrei uma amiga que tinha acabado de chegar de uma viagem que eu desconhecia, sequer, ter começado. A viagem em questão durou 15 dias e abarcou 4 ou 5 países, 7 ou 8 cidades. Uma inanidade!

Como percebeu a minha perplexidade perante aquele abuso fez aquilo que as pessoas costumam fazer quando dão conta da incredulidade alheia perante um qualquer acto que praticara: Explicou-se.
Então, o principal motivo que a tinha levado a fazer a viagem em questão, segundo ela, foi a vontade de conhecer de gás para decidir ou aprender quais dos locais mereciam uma segunda visita.
Ok. É um motivo ou uma explicação lógica...mas...

Pra mim esta coisa de circuitos não dá.
É-me impossível entender o que se faz numa cidade durante 1 dia; preciso de mais do que isso só para me dar conta de que língua se fala e que tipo de roupa se veste.
Depois, quando vou a algum lado não penso em voltar onde valha a pena. Vou a contar que tal aconteça e perco tempo com isso porque há tanto para ver e conhecer que nunca conto voltar e, se o fizer, será depois de ver muita outra coisa que ainda não vi e, nessa altura, o que me parecia super-espectacular poderá muito bem deixar de o ser. E daquela viagem sobra-me a sensação de uma escala.
Esta coisa de testar antes para fazer a sério depois lembra-me da época em que aprendi que é mais útil, no que a fêmeas diz respeito, parecer espontâneo do que ser. Nessa época, batia os lugares onde iria levar o elemento feminino antes para saber o que se servia, o que era bom, para que lado abriam as portas, onde eram as casas de banho....enfim, pareceria muito mais cosmopolita, desenvolvido e conhecedor do que era verdadeiramente.

Quando não pretendemos impressionar os outros, é sempre melhor ser do que parecer. É sempre melhor conhecer do que parecer que se conhece. É preferível um carimbo decente no passaporte do que meia dúzia deles que sejam, em si, a recordação de que fomos a algum lado.

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