Justiceiros
Parafraseando uma frase cujo autor não me lembro, pobre do país que precisa de heróis. A questão dos Justiceiros não é muito diferente.
Nos filmes e livros do Batman temos que as autoridades da cidade perseguem-no por este fazer justiça pelas próprias mãos e, contrariamente ao que resulta da impressão geral com que todos ficamos, eles não estão errados. O que nos é vendido, contudo, é que a corrupção é tão forte que a única forma de fazer justiça é por um gajo mascarado e cheio de poderes que não precisa de coisas como julgamentos e provas para fazer valer a sua bússula.
O mesmo acontece, mais ou menos e com as devidas proporções (o pessoal não pode ser todo o Christian Bale nem a Michelle Pfeifer nem a Rebecca Romijn), nos lugares reais onde nos encontramos. Sem carros top mas com palavras que substituem os make my day do Clint.
É muito fácil, especialmente agora, meia dúzia de pessoas parecerem cavaleiros brancos porque denunciam tudo e mais alguma coisa com ou sem factos ou provas do que dizem. A impressão que temos é que eles estão certos e isso bastará. O problema é que não bastará.
Quando deixamos de precisar de provar que um corrupto ou outro o é (ainda que o seja) estamos mais próximos de também nós, que não somos corruptos nem nada de parecido, podermos levar uma patada baseada apenas na impressão que se dá.
E é olhar para um livro qualquer de temos idos (mais ou menos, não precisamos de ir muito longe) para percebermos onde acabaram pessoas que levavam a espada e o escudo da justiça nas mãos e onde acabaram os outros quando os primeiros passaram a ter força suficiente para que as suas impressões se tornassem factos.
Não gosto de Justiceiros, por mais que tenham razão no que dizem e por mais que sintamos que estamos a ser enganados por quem dirige.
Não gosto...
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