Tuesday, September 03, 2013

Twerking de Cyrus

Vi os VMA em directo e, como previa, perdi a maioria do meu tempo. Excluindo o show do Timberlake pouco mais se aproveitou e não posso deixar de lamentar profundamente a ausência de, sequer, uma guitarra em palco durante todo o espectáculo.
Enfim, a culpa foi minha que já sabia ao que ia e fui na mesma.

O que mais deu que falar, previsivelmente, foi a actuação da Miley Cyrus. O pessoal ficou em choque quando ela twerkou o Thicke porque lhes pareceu excessivo e de muito mau gosto. Bem... isso nem se quer me incomodou muito. Tudo o resto ou a totalidade da coisa é que me deixou, vá lá, enojado porque, felizmente, ela não me é nada.

A ideia generalizada da coisa, nas palavras dos outros e da própria, é que aquilo, bem como o seu último clip, serviu para que as pessoas entendam que ela já não é a Montana mas sim uma mulher (?) de 20 anos. Para tal, há que parecer completamente alucinada (em que o alucinada inclui um qualquer tipo de psicotrópico), com ar reles, quase sem roupa, simular uma traseirada com outro gajo e simular que o dedo de espuma que tinha servia ora para uma masturbaçãozita ora para simular um pénis.
Não sei de onde surgiu esta ideia de que as meninas são anjos e as mulheres são umas vadias. Há uma música, suponho que da Rita Lee, em que elas diz que não é freira nem puta e a moral da vida é um bocado essa: Não temos de escolher entre uma coisa e outra e, sem ser moralista ou demasiado paternalista, é muito triste que as crianças que olham para a Cyrus possam pensar que aquilo significa a transição para a idade adulta.

Talvez o mais importante e relevante seja o trabalho infantil desenvolvido por crianças como a Cyrus (e os Biebers e os Michael Jacksons e os Brumas e os Culkins e por aí fora) e o facto de elas se transformarem na fonte de rendimentos dos pais ou, pelo menos, o concretizar de um sonho dos pais por via dos filhos, quer seja quanto a uma carreira ou quanto a um Ferrari.
Quando os pais vêm os filhos como um cheque a que se habituam perdem o seu poder de os educar. É aquela coisa de querer ser amigo dos filhos; os pais não são nem devem ser os amigos dos filhos...senão chamar-se-iam amigos e não pais.

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